Putin garante que Rússia "ama a paz" no maior exercício militar desde a Guerra Fria

Presidente russo assistiu a desfile de militares russos, chineses e mongóis que participam nos jogos de guerra Vostok 2018

"A Rússia é um Estado que ama a paz. Não temos e nem podemos ter planos agressivos. A nossa política externa é dirigida à cooperação construtiva com todos os países interessados (na paz)", garantiu Vladimir Putin russo durante as manobras militares "Vostok-2018", o maior exercício que se realiza na Rússia desde o final da Guerra Fria.

O presidente russo assistiu em Tsogul, junto da fronteira com a China e a Mongólia, ao desfile de tropas russas, chinesas e mongóis. E garantiu que as Forças Armadas russas devem estar preparadas para defender a soberania e os interesses nacionais e, "se necessário, defender os aliados da Rússia.

Soldados, tanques e aviões de guerra participaram no desfile sob o olhar de Putin. E no final da parada, o presidente russo entregou medalhas a oficiais russos e chineses que estiveram envolvidos nos Jogos de Guerra.

Nos exercícios participaram

300 mil militares
3200 dos quais chineses. Em 2014, no Vostok-2014 estiveram envolvidos 155 mil militares, praticamente metade. No ano passado, no exercício Zapad-2017, no Leste da Europa, participaram 12 700 soldados

36 mil veículos militares
entre tanques, blindados de transporte de tropas, veículos de combate de infantaria

1000 aviões
Todo o equipamento moderno das forças armadas russas será utilizado: mísseis Iskander capazes de transportar ogivas nucleares, tanques T-80 e T-90 ou os recentes aviões de combate Su-34 e Su-35​​​

80 navios
No mar, a frota russa destacará várias fragatas equipadas com mísseis Kalibr, que já deram provas na Síria.​​​​​​

Sob o olhar dos EUA

Os EUA indicaram que vão acompanhar o exercício de perto e a NATO também. Citado pela BBC, o porta-voz da Aliança Atlântica, Dylan White, indicou que a NATO foi informada do Vostok-2018 em maio.

"Todos os países têm direito a realizar exercícios com as suas forças armadas, mas é essencial que isso seja feito de forma transparente e previsível", declarou o responsável, que representa os aliados.

Estas manobras militares acontecem num contexto de fortes tensões entre a Rússia e o Ocidente, por causa da anexação da Crimeia à Ucrânia em 2014, por causa da intervenção de Moscovo na Síria, em apoio do regime de Bashar al-Assad, por causa das acusações de ingerência nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA e ainda por causa das acusações de envolvimento no envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal no Reino Unido em março deste ano.

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