Puigdemont é candidato às eleições europeias

O anúncio foi feito esta tarde pela porta-voz do governo catalão. Ex-líder da Generalitat vai concorrer contra Oriol Junqueras, que está detido, e é o cabeça de lista pela Esquerda Republicana da Catalunha.
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"É o momento de dar um passo mais para internacionalizar o direito à autodeterminação da Catalunha desde o coração da Europa para todo o mundo", escreveu no Twitter o ex-presidente da Generalitat, Carles Puigdemont. O antigo líder catalão, que se autoexilou em Bruxelas para escapar à justiça espanhola, será cabeça de lista do Junts per Catalunya (JxCat) às eleições europeias de 26 de maio.

Puigdemont vai concorrer diretamente contra o líder da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), Oriol Junqueras, que está preso e é um dos independentistas que está atualmente a ser julgado por rebelião, sedição e peculato na organização do referendo de 1 de outubro de 2017 e consequente declaração unilateral de independência. Será candidato simbólico da Aliança Livre Europeia (ALE), além de também liderar a lista do partido para as eleições gerais em Espanha.

"A melhor forma de continuar a internacionalizar o conflito e a garantir que somos ouvidos na Europa, que se veja a repressão, é que haja uma voz livre do JxCat na Europa, e essa voz não pode ser outra que a de Puigdemont", disse a porta-voz da Generalitat, Elsa Artadi, numa conferência de imprensa depois da reunião do conselho nacional do Partido Democrata Europeu Catalão, que pertence ao Junts per Catalunya.

No encontro, ficou ainda decidido que todos os membros do partido que estão atualmente detidos e a ser julgados serão cabeça de lista às eleições gerais espanholas ou municipais. Assim, Jordi Sànchez, em líder da Assembleia Nacional Catalã, será cabeça de lista por Barcelona, enquanto Josep Rull, ex-conseller do Território e Sustentabilidade, avança por Tarragona e Jordi Turull, que era porta-voz do governo e conselheiro da presidência, vai por Lleida.

Puigdemont vive em Waterloo, depois de ter fugido de carro da Catalunha a 28 de outubro de 2017, na véspera de ser chamado a declarar num tribunal de Madrid. Como eles, outros seis independentistas acabaram por fugir, tendo sido declarados à revelia pelo Supremo Tribunal, em julho de 2018, e estando a ser investigados num processo em separado.

O ex-presidente da Generalitat chegou a estar preso na Alemanha, por onde passou em março do ano passado depois de um desses compromissos internacionais. As autoridades alemãs detiveram Puigdemont ao abrigo do mandado de captura emitido pela justiça espanhola. A Alemanha acabaria por decidir que o ex-líder catalão podia ser extraditado para Espanha, mas apenas por peculato, o que levou o juiz a desistir do mandado.

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