Puigdemont confirma regresso à Bélgica

O ex-presidente da Catalunha, que esteve durante quatro meses detido e depois sujeito a medidas cautelares na Alemanha, anunciou que vai voltar à Bélgica, onde vai basear a atividade política.
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"Neste fim de semana eu vou regressar à Bélgica", anunciou o independentista numa conferência de imprensa em Berlim. É nesse país que que vai "basear a atividade política", complementou.
É a consequência de o Estado espanhol ter retirado o mandado de detenção europeu.

Puigdemont tem agora liberdade de movimentos na Europa, exceto em Espanha, onde o mandado de detenção continua em vigor.
"Sou convidado de longa data para vários locais na Alemanha e em vários países europeus, e pretendo honrá-los na medida do possível", disse o catalão.

Para entrar Espanha sem arriscar ser detido, o antigo jornalista e presidente de câmara deveria esperar 20 anos, o prazo de prescrição dos crimes.
"Não sei se eu tenho que esperar 20 anos para pôr os pés em Espanha, o que sei é que não vou esperar 20 anos para pôr os pés na Catalunha", afirmou.

"Não é hora de gestos, mas de ações"

Sobre o novo governo espanhol, Puigdemont comentou: "A mudança do governo espanhol é uma mudança de estilo, de clima e de linguagem. A reunião entre o primeiro-ministro Pedro Sánchez e o presidente Quim Torra serviu para trocarem a opinião dos dois governos."
No entanto, o homem que continua a liderar à distância o processo secessionista, mantém a pressão sobre o palácio de Moncloa: "Agora não é hora de gestos, mas de ações "

Carles Puigdemont tinha trocado Barcelona por Bruxelas (e mais tarde Waterloo) após a proclamação da independência da Catalunha no dia 27 de outubro, no culminar de uma crise política entre a Generalitat e o Estado espanhol.

De regresso da Finlândia, Puigdemont foi preso na fronteira da Dinamarca com a Alemanha com base num mandado de captura europeu emitido pelo Supremo Tribunal espanhol, que o acusava de rebelião e peculato.

O tribunal alemão de Schleswig-Holstein aceitou, no dia 12, que Puigdemont fosse extraditado para a Espanha por peculato, mas não por rebelião, a acusação mais grave. Madrid, que não pretende julgá-lo unicamente por peculato, retirou há seis dias o mandado de detenção europeu contra o Puigdemont e outros cinco dirigentes separatistas no exílio.

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