Puigdemont anuncia debate sobre "tentativa de liquidar o autogoverno"

Presidente da Generalitat diz que governo espanhol "proclamou-se de maneira ilegítima como o representante dos cidadãos catalães".
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O presidente da Generalitat, Carles Puigdemont, pediu ao Parlamento catalão que se reúna em plenário para discutir "a tentativa de liquidar o nosso autogoverno e a democracia e atuar em consequência", abrindo a porta a um eventual voto sobre a declaração unilateral de independência.

Na sua última carta enviada ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, tinha dito que se o governo espanhol acionasse o artigo 150.º - como se prepara para fazer - iria pedir a votação da declaração unilateral de independência no Parlamento catalão.

O Parlamento catalão convocou para segunda-feira de manhã uma conferência de líderes para marcar o plenário.

Numa declaração institucional, Puigdemont lembrou que todas as suas propostas de diálogo que enviou a Rajoy tiveram a mesma resposta: "silêncio ou repressão". Este último caso referindo-se à detenção dos líderes de associações independentistas.

"O que os cidadãos catalães decidiram nas urnas, o governo espanhol anula nos gabinetes", indicou Puigdemont, falando no "pior ataque às instituições catalãs desde que Franco aboliu a Generalitat".

"O governo espanhol proclamou-se de maneira ilegítima como o representante dos cidadãos catalães", denunciou o presidente da Generalitat, criticando também o apoio do PSOE e do Ciudadanos à aplicação do artigo 155.º da Constituição espanhola.

"As instituições catalãs e o povo da Catalunha não podemos aceitar isto", diz Puigdemont, dizendo que o que aquilo que Rajoy quer é "incompatível com o Estado de Direito".

Em espanhol, disse que o que se está a fazer com a Catalunha é um ataque à democracia que abre a porta a abusos do mesmo género noutros lugares, não só nesta comunidade autonómica. "Não devemos permitir que isto ocorra", defendeu.

Em inglês, Puigdemont fez um apelo aos cidadãos e políticos europeus: "Catalunha é uma antiga nação europeia. Fazemos o que fazemos porque acreditamos numa Europa democrática e pacífica. Uma Europa da carta dos direitos fundamentais."

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