"Primeiro as pessoas": Milão saiu à rua para dizer não ao racismo
Milhares de italianos manifestaram-se este sábado em Milão contra o racismo no país, numa iniciativa organizada por centenas de associações, sindicatos e organizações não-governamentais e o apoio do autarca local, Beppe Sala, que tem sido um dos críticos da política anti-imigração de Matteo Salvini, ministro do Interior e líder do partido de extrema-direita Liga.
"É um momento de grande mudança para o país. Esta é a nossa visão de um outro mundo possível", disse Sala, citado pelo jornal La Reppublica.
Salvini, que é também vice-primeiro-ministro no governo de Giuseppe Conte, lidera a política anti-imigração de Itália, tendo fechado os portos do país aos barcos das organizações que resgatam migrantes no Mediterrâneo e retirando a proteção humanitária que era dada aos migrantes que não têm o direito de pedir o estatuto de refugiados, mas que por várias razões não podem ir para casa, permitindo que pudessem encontrar emprego ou cruzar as fronteiras para outros países europeus. Terá sido entregue a cem mil pessoas que chegaram a itália nos últimos anos.
Segundo os organizadores, citados pela agência italiana ANSA, o objetivo do protesto é "dizer que queremos um mundo que coloque as pessoas no centro", repleto de "inclusão, igualdade de oportunidades e uma verdadeira democracia para um país sem discriminação, sem muros, sem barreiras". O lema da manifestação foi "primeiro as pessoas".
"A política de medo e a cultura de discriminação são seguidas sistematicamente para alimentar o ódio e criar cidadãos de classe A e B. Para nós, no entanto, o inimigo é a desigualdade, a exploração, a condição de precariedade", acrescentaram os organizadores.
Beppe Sala partilhou no Facebook um vídeo em que apelava ao protesto: "A 2 de março, todos na rua para dizer não a todas as formas de discriminação", escreveu.
Já o responsável pela política de Migração da cidade de Milão, Pierfrancesco Majorino, partilhou várias mensagens no Twitter sobre o protesto. Numa delas, diz que 200 mil pessoas estiveram na praça Duomo, onde terminava a marcha que começou na rua Buenos Aires.
"Nós somos 200 mil! Marcha alegre, festiva, pacífica, de todas as cores", escreveu.