Previu o Brexit e a vitória de Trump. Agora diz que Le Pen não ganha

Físico francê, diz que tudo está ainda em aberto, pois depende da participação eleitoral dos franceses

Serge Galam é um físico francês que, fazendo estudos estatísticos eleitorais, já previu duas situações importantes: a vitória de Trump e, com dez anos de antecedência, disse que um Brexit ia resultar de um referendo sobre a União Europeia.

Em entrevista à TSF, Galam falou sobre as suas últimas previsões relativamente a como têm evoluído os dados nos últimos dias. Conclusão: acha pouco provável que Marine Le Pen chegue aos 50% que lhe permitirão chegar à presidência da França.

Não afasta definitivamente esse cenário, contudo, se o que Galam chama de "abstenção não assumida" se juntar a quem se opõe à Frente Nacional mas também não votará em Emmanuel Macron.

"Um eleitor que seja sinceramente contra a Frente Nacional mas que seja também sinceramente empenhado contra a globalização e o liberalismo, como no caso de Macron, dirá: 'Custa-me votar em Macron, mas tenho que o fazer para travar a FN'. Nós temos uma expressão aqui em França, que diz que, para bloquear a frente nacional, é preciso engolir um remédio muito amargo, e por isso tudo, no dia das eleições, pode servir para se esquecer de ir votar. É por isso que lhe chamo uma abstenção não assumida", diz Galam em declarações reproduzidas no site da TSF.

Ainda de acordo com o físico, visto que o eleitorado de Marine Le Pen é mais fiel, se esta chegar aos 44%, será essencial que Macron consiga uma forte participação eleitoral dos seus apoiantes e de quem votará nele para evitar a opção Le Pen.

Caso Le Pen chegue a números que ronde os 44%, é necessário que Macron necessite de "um teto 70% de participação", acrescenta.

À esquerda, Jean Luc Mélenchon não apelou ao voto em nenhum dos candidatos e até criou uma hashtag relativa à abstenção: "7 de maio sem mim", o que ajuda à tese de "abstenção não assumida", porque é mais fácil "esquecermo-nos de votar quando os outros dizem abertamente que não querem votar", refere.

Galam alerta ainda para o facto de, como nos casos de Trump e do Brexit, o lado radical e do preconceito vencer quando "a maioria não se decide".

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