Presidente do Kosovo é acusado de crimes de guerra e contra a humanidade
Hashim Thaçi pertenceu à guerrilha do Exército de Libertação do Kosovo e é alvo de dez acusações, entre as quais assassinado, desaparecimento forçado de pessoas e tortura.
O presidente do Kosovo, Hashim Thaçi, foi acusado esta quarta-feira de crimes de guerra e contra a humanidade pela Procuradoria do Tribunal Especial para o Kosovo, em Haia.
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Thaçi, que pertenceu à guerrilha do Exército de Libertação do Kosovo (UÇK, na sigla original), é acusado de cometer crimes como "assassinato, desaparecimento forçado de pessoas, perseguição e tortura" durante o conflito que terminou na independência do Kosovo, na década de 1990, informa o comunicado dos procuradores.
Thaçi, chefe do Estado do Kosovo desde 2016, é alvo de dez acusações, informou o tribunal. Um juiz do tribunal "está a examinar para decidir se deve confirmar as acusações".
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Kadri Veseli, ex-chefe de inteligência da guerrilha do Kosovo e atual líder do Partido Democrático do Kosovo (PDK), assim como "outras pessoas", também estão envolvidas nas alegações.
"A acusação argumenta que Hashim Thaçi, Kadri Veseli e os outros suspeitos acusados são criminalmente responsáveis por cerca de 100 assassinatos", afirmou o tribunal.
A acusação foi feita formalmente a 24 de abril, mas os procuradores só agora a divulgaram. Alegam que o fazem por causa das tentativas de Thaçi e Veseli de obstruir a justiça e minar o trabalho do tribunal.
Criado em 2015, o Tribunal Especial para o Kosovo é responsável por investigar os crimes cometidos pela guerrilha do UÇK na Albânia, principalmente contra sérvios, ciganos e opositores albaneses à guerrilha e após o conflito de 1998-99.
A guerra pela independência da província sérvia do Kosovo pôs frente a frente as guerrilhas contra as forças sérvias, que retiraram do território depois de uma campanha de bombardeamentos de 11 semanas por parte da NATO.
O território declarou unilateralmente a independência em 2008, com o apoio dos EUA e maior parte dos países ocidentais. Mas a Sérvia e os seus aliados (Rússia e China) nunca aceitaram e o estatuto do Kosovo continua a ser uma fonte de tensão nos Balcãs.