Polícia australiana confiou no Google Maps e levou 18 meses a encontrar corpo
Darrel Simon, um australiano de 36 anos, foi visto pela última vez em novembro de 2014 na casa da sua companheira, a cerca de 80 quilómetros a oeste de Brisbane, mas os seus restos mortais não foram encontrados até 2016. Tudo porque a polícia confiou demasiado no Google Maps, refere a BBC.
Durante as buscas, os investigadores confiaram em dados incorretos da ferramenta, que davam a propriedade rural vizinha de Simon como tendo metade das dimensões reais, ou seja, os voluntários de busca vasculharam apenas cerca de metade da propriedade.
"O facto de a investigação no solo ter sido realizada em apenas metade da propriedade foi muito lamentável e não deveria ter acontecido. A demora agravou a dor sentida pela família e amigos dele, em especial o pai", afirmou o médico-legista do estado de Queensland, John Lock.
A morte de Darrel Simon foi considerada suicídio mas a demora nas buscas alimentou a especulação de que se tinha tratado de um crime após um desentendimento por causa de dinheiro.
"Se o corpo fosse encontrado durante a primeira busca policial, talvez especulações inúteis e por vezes claramente difamatórias tivessem chegado à tona", refere o relatório da investigação, ainda que John Lock admita que a vegetação espessa pudesse ter impedido que o corpo fosse encontrado se uma busca tivesse ocorrido.
Os restos mortais de Simon acabaram por ser descobertos pelos novos proprietários da propriedade, enquanto faziam a limpeza da vegetação.
O relatório observou que o Google Maps era "menos útil" na determinação dos limites da propriedade do que outras ferramentas disponíveis para a polícia e o seu autor recomendou que a polícia seja ordenada a conduzir futuras buscas utilizando GPS de alta qualidade e dados de mapeamento.