Netanyahu recusa qualquer retirada de colonatos da Cisjordânia
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu nunca erradicar os colonatos da Cisjordânia, dias depois da visita à região de Jared Kushner, genro e emissário de Donald Trump, para tentar relançar o processo de paz israelo-palestiniano.
Netanyahu fez esta declaração na segunda-feira à noite em Barkan, um colonato do norte da Cisjordânia.
"Voltámos para ficar", disse. "Não haverá mais colonatos abandonados na Terra de Israel. Os colonatos não serão erradicados", acrescentou.
Israel retirou os colonatos que mantinha na Faixa de Gaza em 2005, mas os palestinianos exigem a erradicação dos colonatos em todos os territórios ocupados, ou seja também na Cisjordânia e em Jerusalém-leste.
Para os palestinianos, os colonatos são ilegais, por terem sido construídos em território ocupado, e a sua persistência prejudica a solução de dois Estados independentes vivendo em paz lado alado, defendida pela maioria da comunidade internacional.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, tem-se abstido contudo de manifestar apoio à independência palestiniana ou sequer à solução de dois Estados.
Essa postura levou Netanyahu a adotar uma linha mais dura e a deixar de falar num Estado palestiniano independente.
Nabil Abu Redeineh, porta-voz do Presidente palestiniano, Mahmud Abbas, criticou a declaração do primeiro-ministro israelita e pediu a intervenção de Washington.
"Isto é uma mensagem de Israel para a administração dos Estados Unidos, que tentou, através de uma importante visita à região, fazer algo para relançar o processo de paz", disse.
"Apelamos à administração norte-americana que lide com estas provocações", que, disse, "são uma tentativa de voltar à estaca zero".