Passageiro expulso de avião nos Açores tem cancro e foi algemado

Kwame Bantu sentiu um inchaço na perna e queria apenas "esticar-se", diz
Publicado a
Atualizado a

As duas pessoas que foram expulsas de um avião da British Airways na Ilha Terceira, na passada quarta-feira, não eram um casal, como foi dito pelo porta-voz da Força Aérea portuguesa. Joy Stoney, a mulher, estava a tentar defender Kwame Bantu, de 65 anos, que se terá sentido mal durante o voo.

Os dois já deram a sua versão dos factos e dizem que não estavam a tentar passar de classe económica para executiva. O que aconteceu foi que Bantu, que tem diabetes e cancro, sentiu-se mal e com "a perna a inchar", tendo tentado "arranjar espaço para esticar a perna", disse ao Daily Mail.

"Ninguém me quis ajudar. Não quiseram ouvir nada sobre a minha condição médica e sobre o que estava a passar. Fui tratado como um escravo", disse Kwame, que se dirigia para a Jamaica, vindo de Londres, para visitar a família.

"Fizeram-me uma emboscada. Ataram-me os pés, os ombros e os braços e deixaram-me no meu lugar. Fui completamente humilhado, os meus direitos humanos foram-me tirados. Quando outro passageiro mostrou preocupação, eles pararam o avião e expulsaram-nos", acrescentou Bantu, que foi também algemado, como se pode ver em fotografias.

Joy Stoney, que chegou a ser identificada como sendo parceira de Bantu, tentou ajudar o homem e acabou, como ele, na Ilha Terceira, expulsa do voo, sem bagagem, que ainda não sabem onde está. Também não sabem como vão voltar para casa.

"O que me alarmou mais foi quando ele quis urinar. Sei, porque cuido da minha mãe, que se se prende um diabético assim, ele vai precisar de ir à casa de banho. Ofereci-me para o levar à casa de banho e disseram-me: 'ele que defeque na sua cadeira'", explicou Stoney.

Acrescentou que não deram a Kwame Bantu "comida decente", mas sim "apenas pão e água".

A British Airways afirmou que vai continuar a investigar os detalhes do acidente.

"Tratar dos nossos clientes é a nossa maior prioridade e vamos continuar a investigar todas as circunstâncias deste incidente. Tentamos lidar com estas situações sensíveis com o maior cuidado possível. A nossa equipa de cabine e um dos pilotos pediram repetidamente a um passageiro, que se tinha sentado na classe executiva, para voltar ao seu lugar na económica", frisou porta-voz da empresa ao Daily Mail.

"Sentou-se sem permissão e repetidamente recusou e abusou verbalmente os nossos trabalhadores, incomodando outros passageiros", acrescentou.

[artigo:6246872]

Indicou também que, "como último recurso", a equipa de cabine "não viu outra opção" que não "imobilizar" Kwame Bantu.

O Daily Mail afirma ter falado com fonte da PSP na Ilha Terceira, que declarou que os dois não tinham sido presos, o caso estava encerrado e estavam agora livres para deixar a ilha a qualquer altura.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt