Alterações climáticas. Parques nacionais dos EUA contradizem Trump

Alguns parques nacionais publicaram esta semana no Twitter vários factos sobre as alterações climáticas, no que está a ser encarado como um desafio à posição negacionista da nova administração
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As contas de Twitter de alguns parques nacionais dos Estados Unidos publicaram esta semana factos sobre as alterações climáticas, numa aparente intenção de contradizer a posição oficial do presidente Donald Trump, que tem negado a sua existência.

Na terça-feira a conta do Parque Nacional de Badlands publicou, com as hashtags (etiquetas) climate change e climate, informações como: "Hoje a acumulação de dióxido de carbono na atmosfera é mais alta do que em qualquer outro momento nos últimos 650 mil anos", ou ainda "A concentração pré-industrial de dióxido de carbono na atmosfera era de 280 partes por milhão (PPM). Em dezembro de 2016, era 404.93 ppm".

Os tweets foram rapidamente partilhados por milhares de utilizadores mas, poucas horas depois, desapareceram da conta de Twitter do parque.

A explicação para o curioso eclipse, dada à publicação BuzzFeed News por um porta-voz dos Parques Nacionais dos Estados Unidos, foi a de que os "tweets foram publicados por um antigo funcionário do parque, que não não está agora autorizado a usar a conta".

As mensagens surgiram depois de os funcionários da EPA, a agência de proteção ambiental americana, e do Departamento de Agricultura terem recebido ordens da nova administração Trump para não partilharem publicamente as suas investigações, incluindo nas redes sociais.

Foi nesse contexto que os tweets ganharam enorme popularidade: foram vistos como um desafio a Trump e de imediato partilhados por milhares de utilizadores, incluindo pela oposição, através do comité nacional dos Democratas. O facto de os tweets do parque terem sido apagados nesse mesmo dia ainda reforçou mais a ideia.

Depois disso, outros parques já colocaram, entretanto, nas respetivas contas, tweets que estão a ser encarados como a continuação do "movimento".

Ontem o parque nacional de Redwoods, por exemplo, publicou a frase "Mais sequoias-vermelhas significariam menos #climatechange"; o parque Golden Gate escreveu "2016 foi o ano mais quente de sempre, e o terceiro recorde consecutivo", e o parque Death Valley, numa mensagem mais enigmática, fez um tweet sobre os japoneses americanos que foram internados em campos nos Estados Unidos durante a II Guerra Mundial.

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Este já foi partilhado por mais de 8600 utilizadores, tem mais de 12 mil "gostos" e está a ser visto como uma referência à política restritiva de Donald Trump em relação aos muçulmanos.

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