Pablo Casado prometeu mesmo baixar o salário mínimo em Espanha?

O líder do Partido Popular disse que travaria a subida aprovada pelo governo de Pedro Sánchez, que fará com que em 2020 o salário mínimo chegue aos 900 euros, deixando-o nos 850 euros como havia negociado Mariano Rajoy. Depois recuou.
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O líder do Partido Popular espanhol, Pablo Casado, viu-se obrigado a retificar o que disse numa entrevista esta manhã, à rádio Onda Cero, depois de dizer que baixaria o salário mínimo interprofissional em 2020 dos 900 euros aprovados pelo governo de Pedro Sánchez para os 850 euros, negociados pelo anterior executivo de Mariano Rajoy.

"O que farei será cumprir a negociação à qual chegou o governo [de Rajoy], com acordo dos patrões e dos sindicatos, para subir o salário mínimo para os 850 euros no ano de 2020 e além disso respeitando a subida que já fizemos no ano passado, de 4%, e no ano anterior, de 8%. Lições de política social ao PP, nenhuma", afirmou na entrevista à Onda Cero. Depois, acrescentou: "Não disse que o vou fazer, porque para começar preciso de ouvir sindicatos e patrões."

(Ouvir a partir dos 31 minutos)

No final da entrevista, os jornalistas insistiram na pergunta sobre o salário mínimo e o líder do PP negou ter dito que baixaria o salário mínimo. "O que disse foi que quando estiver no governo nos vamos sentar com os patrões e os sindicatos. O que deveria ter feito Sánchez. E que a esquerda não me vai dar lições de política social ou de subir o salário mínimo porque no ano passado subimos 4%, no ano antes, 8%. E porque, de acordo com os sindicatos e os patrões, já tínhamos previsto uma subida para os 850 euros para 2020", disse mais tarde, falando em "fake news".

Pedro Sánchez aprovou, em dezembro de 2018, em conselho de ministros uma subida de 22,3% do salário mínimo até aos 900 euros, ao abrigo do acordo que fez com o Podemos de Pablo Iglesias. O PP votou contra essa medida no Congresso dos Deputados.

Casado acusou Sánchez de tomar "medidas eleitoralistas" sem o aval dos sindicatos e dos patrões, lembrando que há mais 126 mil desempregados desde que os socialistas chegaram ao poder.

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