Oposição volta a investir Guaidó como presidente interino

A proposta para que Juan Guaidó prestasse novamente juramento como líder interino venezuelano partiu do deputado Carlos Berrizbeitia e foi apoiada por mais de cem parlamentares opositores.
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A maioria opositora no Parlamento venezuelano voltou nesta terça-feira a investir Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, durante uma sessão plenária bastante acidentada marcada pela entrada à força na Assembleia Nacional dos deputados da oposição.

A decisão vem reiterar o desafio lançado pelas forças da oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que governa desde 2013 e que é contestado por uma grande parte da comunidade internacional, para se afastar do poder e convocar "eleições livres".

A proposta para que Juan Guaidó prestasse novamente juramento como líder interino venezuelano partiu do deputado Carlos Berrizbeitia e foi apoiada por mais de cem parlamentares opositores.

"Em nome daqueles que não têm voz hoje, das mães que choram os seus filhos à distância (...), em nome da Venezuela, juro cumprir os deveres de presidente encarregado e procurar uma solução para a crise e para condições de vida dignas", afirmou Guaidó, com a mão direita pousada sob a Constituição venezuelana.

Apesar de um forte dispositivo da polícia militarizada junto do edifício da Assembleia Nacional, Guaidó conseguiu entrar à força nas instalações do Parlamento venezuelano, depois de ter sido impedido no domingo.

Uma vez no interior do Parlamento, Juan Guaidó subiu nesta terça-feira à mesa da Assembleia e entoou o hino nacional.

O Parlamento venezuelano tinha prevista a eleição no domingo da sua nova direção, votação da qual deveria resultar a reeleição de Guaidó, principal opositor de Maduro, mas o deputado foi retido durante horas pela polícia e agredido à porta da Assembleia Nacional.

Ao mesmo tempo, no interior, em plenário, os deputados apoiantes do chefe do Estado venezuelano elegiam Luís Parra, que contou também com o apoio de uma minoria de parlamentares da oposição suspeitos de corrupção.

Nesse mesmo dia, e após ter sido impedido pelas forças de segurança de entrar no edifício da Assembleia Nacional, Guaidó, que se autoproclamou presidente interino venezuelano em janeiro de 2019 e foi reconhecido por mais de 50 países, foi reeleito presidente do Parlamento nas instalações do jornal El Nacional.

A Venezuela, país que conta com cerca de 32 milhões de habitantes e com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes, enfrenta um clima de grande instabilidade política, situação que se soma a uma grave crise económica e social.

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