OMS atualiza informação sobre máscaras e apela a que se usem em público
A instituição publicou, esta sexta-feira, novas recomendações sobre a utilização de máscaras. Nestas apela aos cidadãos para que usem este equipamento de proteção de forma generalizada, ao contrário do que tinham dito anteriormente
Com avanços e recuos. Tem sido assim que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem dado indicações sobre as boas práticas para combater a pandemia de covid-19, nomeadamente, quanto à utilização de máscaras. Agora, a nova informação é clara: as máscaras são recomendadas.
As novas orientações sobre o uso e tipo de máscaras foram divulgadas em videoconferência de imprensa a partir da sede da OMS, em Genebra, na Suíça, esta sexta-feira, e tiveram por base a "revisão das provas" científicas e a "consulta de especialistas", disse o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A OMS aconselha o uso de máscaras de tecido quando há "transmissão disseminada" da infeção e quando é difícil manter o distanciamento físico, como em "ambientes fechados", dando como exemplo, na videoconferência de imprensa, os transportes públicos.
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Lojas, escolas, igrejas, mesquitas, locais de trabalho, campos de refugiados ou bairros de lata são exemplos igualmente referidos nas novas orientações publicadas e onde é aconselhado o uso de máscara comunitária quando o distanciamento físico é limitado.
De acordo com a OMS, as máscaras de tecido, para uso generalizado pela população, devem ter três camadas de materiais para funcionarem como "uma barreira" e para impedirem que gotículas contaminadas infetem as pessoas.
O tecido exterior da máscara, o que está exposto ao ambiente, deve ser "tipo poliéster". Enquanto o mais interior, o que está em contacto com a cara, de algodão, e o intermédio de polipropileno ou algodão, segundo as orientações publicadas no portal da organização.
Apesar disto, a OMS lembra que a utilização da máscara deve ser acompanhada por outras medidas, como a higienização das mãos e o distanciamento, quando possível, uma vez que as máscaras, por si só, "não protegem" as pessoas da covid-19, alertou o diretor-geral da organização.
Máscaras cirúrgicas apenas para doentes, suspeitos, idosos e profissionais de saúde
Nas orientações anteriores, publicadas a 6 de abril, a OMS apenas fez recomendações sobre o uso de máscaras cirúrgicas, restringindo-o a doentes ou suspeitos, profissionais de saúde e cuidadores.
Na altura, a organização considerou que "o amplo uso de máscaras por pessoas saudáveis na comunidade" estava rodeado de "incertezas e riscos", sendo que transmitia a falsa ideia de segurança.
Quanto às máscaras cirúrgicas, a OMS continua a recomendar o seu uso por doentes ou suspeitos, profissionais de saúde e cuidadores, mas estende a sua utilização a pessoas em maior vulnerabilidade, como idosos e ou doentes crónicos, quando não é possível manter o devido distanciamento físico.
Os profissionais de saúde devem utilizar a máscara mesmo quando não estão a tratar doentes com covid-19 (por exemplo quando um médico visita unidades de cardiologia ou de cuidados intensivos de um hospital).
Mas, no caso de os profissionais de saúde que acompanham doentes com covid-19, a máscara cirúrgica deve ser usada em complemento com outros equipamentos de proteção individual, como viseiras e luvas.