Oito dias depois das eleições está encontrado o vencedor
"Ganhámos as eleições", anunciou ontem em conferência de imprensa Malcolm Turnbull - que já ocupava o cargo de primeiro-ministro -, depois de o líder da oposição Bill Shorten ter vindo a público reconhecer a derrota.
Para conseguir a maioria do parlamento australiano são necessários 76 deputados. Ontem, a coligação de centro-direita liderada por Turnbull já somava 74 e contava com o apoio de três dos cinco independentes que conseguiram ser eleitos. Somando a esse facto, a coligação deverá ainda arrecadar pelo menos dois dos cinco lugares que continuam por atribuir.
Turnbull decidiu submeter-se a eleições antecipadas para cimentar a sua legitimidade, depois de ter desalojado da liderança do partido e do governo o ex-primeiro-ministro Tony Abbott. Um objetivo que não foi conseguido, uma vez que o resultado da coligação foi bastante pior quando comparado com as legislativas de 2013, em que tinha arrecadado 90 deputados.
Segundo os analistas, não é impossível que alguém decida desafiar Turnbull da mesma forma que ele fez com Abbott. Nesse cenário, a Austrália poderia vir a conhecer o quinto primeiro-ministro em pouco mais de três anos.
No início de 2013, a chefe do executivo era a trabalhista Julia Gillard, que vencera as eleições em 2010. Em queda nas sondagens, em junho viu o seu lugar desafiado pelo colega de partido Kevin Rudd, que viria a chefiar o governo até às eleições antecipadas de setembro - ganhas pelo liberal Abbott.