Nove anos de prisão para membros de La Manada: tribunal confirma pena

Tribunal Supremo de Navarra confirmou a condenação dos cinco membros de La Manada por abuso sexual de uma jovem de 18 anos a 7 de julho de 2016 em Pamplona. Dois juízes votaram contra por defender uma pena mais longa. Defesa deverá apresentar recurso ​​​
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A decisão não foi unânime: dois dos cinco juízes do Tribunal Supremo de Navarra votaram contra a confirmação da sentença dos cinco membros da Manada condenados a nove anos de prisão pela violação coletiva de uma jovem de 18 anos, a 7 de julho de 2016 em Pamplona. Apesar da oposição destes dois magistrados que exigiam uma pena de 14 anos, o tribunal considerou ter havido abuso sexual aproveitando-se da sua superioridade em relação à vítima e não agressão sexual.

A sentença do tribunal de Navarra mantém que as relações sexuais foram realizadas sem consentimento da vítima, mas "na opinião da maioria do tribunal, é duvidosa a ocorrência de intimidação, necessária para qualificar aquelas ações como agressão sexual ou violação". Para os magistrados, não há provas da "imprescindível ação intimidatória ou ameaça dos arguidos, expressa ou tácita".

José Ángel Prenda, Ángel Boza, Jesús Escudero, Antonio Manuel Guerrero e Alfonso Jesús Cabezuelo, os cinco sevilhanos membros do grupo que se autointitulava La Manada no WhatsApp, foram condenados pela Audiência Provincial de Navarra no passado dia 26 de abril a nove anos de prisão por abuso sexual aproveitando-se da sua superioridade em relação à vítima. Este tribunal não considerou haver agressão sexual por não ter havido recurso à violência ou intimidação.

O mesmo tribunal absolveu-os ainda de delito contra a intimidade, apesar de terem filmado a agressão com os seus telemóveis, e de roubo com violência, apesar de terem levado o telemóvel da vítima. Esta, uma jovem madrilena, tinha 18 anos na altura dos acontecimentos, a 7 de julho de 2016. A sentença contou com o voto contra de um dos magistrados. Este duvidou da credibilidade da denunciante e defendeu a absolvição.

Onda de indignação

Esta decisão judicial gerou uma onda de indignação, com milhares de pessoas a saírem às ruas de Espanha e de outros países para protestar.

A Procuradoria Geral recorreu da sentença e exigiu uma pena de 22 anos e 10 meses por agressão sexual, roubo e delito contra a intimidade.

Mas o Tribunal Supremo de Navarra acabou por confirmar os nove anos de prisão.

A defesa já anunciou que vai recorrer, garantindo que os seus clientes estão a ser alvo de um julgamento mediático que contaminou as provas e a imparcialidade dos juízes.

Os cinco membros da Manada foram postos em liberdade no passado dia 23 de junho. Ángel Boza voltou à prisão após ser detido pelo roubo de uns óculos de sol em agosto em Sevilha, mas viria a ser libertado de novo em novembro.

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