Nova Zelândia de portas fechadas ao mundo "durante muito tempo"
A Nova Zelândia, apontada como um caso de sucesso na contenção da pandemia do coronavírus, não tem planos para reabrir as suas fronteiras tão cedo, estudando apenas um corredor seguro de viagem com a vizinha Austrália. "Não vamos ter fronteiras abertas com o resto do mundo durante muito tempo", disse a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern.
Esta terça-feira e pelo segundo dia consecutivo, a Nova Zelândia, onde vivem quase cinco milhões de pessoas, não registou nenhum novo caso de infeção, tendo confirmados apenas 1486 casos desde o início da pandemia (dos quais 1302 estão recuperados) e registado 20 mortes. A Austrália, com 25 milhões de habitantes, registou 6825 casos (dos quais 24 nas últimas 24 horas e 5859 já recuperados) e 95 mortes.
Ardern participou via videoconferência num conselho de ministros australiano, tendo acordado com o seu homólogo Scott Morrison a criação de um corredor seguro de viagem entre os dois países quando as medidas de confinamento em ambos os países foram levantadas (os australianos ainda nem sequer podem viajar entre os diferentes estados do país).
Contudo, ambos deixaram claro que essas viagens, sem a necessidade de uma quarentena de 14 dias para os viajantes, não está ainda para breve.
A primeira-ministra neozelandesa indicou aos jornalistas que a possibilidade de criar este corredor seguro entre os dois países só era possível pela forma como ambos têm lidado com a pandemia, mas deixando claro que nenhum quer reabrir demasiado depressa sob pena de estragar o trabalho feito até agora.
"Nenhum de nós quer casos de covid-19 entre os nossos países. Nenhum de nós quer ter esse peso", referiu, indicando que, quando estiver estabelecido o corredor, este poder ser eventualmente alargado às ilhas do Pacífico.
A possibilidade de reabrir as viagens entre os dois países seriam um balão de oxigénio para o setor do turismo da Nova Zelândia, que representa quase 6% do PIB e emprega perto de 10% da população. A maioria dos turistas que visitam a Nova Zelândia são australianos (seguindo-se os chineses, norte-americanos e britânicos).
Os trabalhadores do setor do turismo na Nova Zelândia, que fica praticamente nos antípodas de Portugal, estão a procurar emprego noutras áreas, incluindo setores considerados essenciais.