Nova Iorque proíbe comercialização de cigarros eletrónicos aromatizados

Nova Iorque tornou-se no segundo Estado dos Estados Unidos da América a proibir a comercialização de cigarros eletrónicos aromatizados. Isto após várias mortes suspeitas de estarem associadas a esta prática.
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A decisão foi tomada na terça-feira numa votação no Conselho de Saúde Pública e Planeamento Sanitário do Estado de Nova Iorque, convocado pelo governador, Andrew Cuomo, que já tinha pedido medidas urgentes.

As autoridades de saúde norte-americanas estão a pedir às pessoas para deixarem de usar cigarros eletrónicos, depois de terem sido anunciados várias mortes suspeitas de estarem associadas a esta prática.

Nos últimos meses, as autoridades de saúde identificaram 450 pessoas com doenças que podem estar ligadas ao uso de cigarros eletrónicos em 33 estados dos EUA.

Apesar de nenhum dispositivo de vaporização, líquido ou ingrediente dos cigarros eletrónicos estar comprovadamente ligado às doenças, os médicos suspeitam de alguma relação entre a prática do uso de cigarros eletrónicos e os casos clínicos registados.

Antes de Nova Iorque, foi o Estado do Michigan a decretar a proibição de venda de cigarros eletrónicos com sabores.

A governadora do Estado do Michigan, Gretchen Whitmer, acusou as empresas de publicidade enganosa, "para viciar crianças com a nicotina".

A governadora, do partido Democrata, ordenou que o Departamento de Saúde do Michigan emitisse regras de emergência que proíbam a venda de produtos com vapores de nicotina aromatizados.

Há uma semana que a administração de Donald Trump se prepara para banir do mercado os cigarros eletrónicos com sabor, incluindo os de menta, acabou de confirmar o secretário da Saúde e dos Serviços Humanos, Alex Azar, na sua conta oficial de Twitter.

O anúncio, referia a CNN, surge depois de as autoridades sanitárias norte-americanas terem pedido restrições nesse sentido, no contexto do combate a uma misteriosa doença pulmonar que adoeceu centenas de pessoas e matou já pelo menos seis.

A Food and Drug Administration encontra-se a finalizar as instruções no sentido de remover do mercado os cigarros eletrónicos com sabor. Algumas empresas, como por exemplo a Juul, tem sido alvo de críticas e acusada de instigar as crianças a fumar este tipo de cigarros com sabores frutados e doces. Manga e caramelo são alguns exemplos. Além dos de menta. As ações da Altria, que detém a Juul, caíram, enquanto as das rivais PMI Group, Japan Tobacco, British American Tobacco e Imperial Brands subiram.

"Acabei de anunciar com o presidente e o comissário da Food and Drug Administration que estamos a ultimar políticas que irão limpar os cigarros eletrónicos com sabor do mercado. Novos dados provisórios mostram que o uso entre os jovens continua a subir e não vamos ficar a assistir a isso. Os planos atuais não incluem os cigarros eletrónicos com tabaco de sabor, mas se os dados mostrarem que os jovens estão a migrar para produtos de tabaco com sabor, então faremos o que for preciso para travar o uso destes produtos entre os mais jovens", escreveu, em dois tweets, o secretário da Saúde e dos Serviços Humanos Alex Azar.

Esta notícia surgiu no mesmo dia em que a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) recomendou aos médicos que comuniquem às autoridades de saúde casos de doentes com sintomas respiratórios agudos que suspeitem estar ligadoos ao consumo do cigarro eletrónico. "Até ao momento não se conhecem casos semelhantes fora dos EUA. No entanto, dada a grande disseminação destes produtos e fácil acessibilidade, é provável que surjam noutros países, incluindo Portugal", adverte a SPP em comunicado.

Perante esta situação, os especialistas recomendam aos consumidores de cigarros eletrónicos que desenvolvam sintomas respiratórios agudos a procurar um médico e informá-lo sobre o produto que consomem.

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