Netanyahu não conseguiu formar governo. A bola passa para Gantz
"Nas últimas semanas fiz todos os esforços para trazer Benny Gantz para a mesa das negociações. Infelizmente ele tem rejeitado todas as minhas tentativas", admite Benjamin Netanyahu numa declaração em vídeo. O primeiro-ministro de Israel e líder do Likud anuncia assim a sua incapacidade para formar governo, dias antes de terminar o prazo para o fazer.
Netanyahu lamentou que o rival tenha rejeitado um "governo alargado de união nacional". "É o que o povo quer. É o que Israel precisa perante os desafios de segurança crescentes que enfrenta", garantiu na mensagem que partilhou no Twitter.
Espera-se agora que o presidente Reuven Rivlin convoque Ganz, o líder da coligação Azul e Branca, para tentar por sua vez apoios para um executivo. Tem 28 dias para o fazer. Se falhar também, os israelitas deverão ser chamado às urnas para as terceiras eleições antecipadas desde o início do ano, depois dos escrutínios de abril e de 17 de setembro.
Na coligação Azul e Branca, a primeira reação foi do número dois, Yair Lapid: "Bibi [como Netanyahu é conhecido] voltou a falhar", afirmou. Gantz deverá ser recebido por Rivlin na terça-feira de manhã, cabendo-lhe depois fazer os contactos com os outros partidos para formar um "governo de unidade liberal".
A 25 de setembro, o presidente Rivlin encarregara Netanyahu de formar governo, uma vez que uma vez que o Likud conseguira acordos com outras forças parlamentares que lhe conferiam o maior número de votos na assembleia legislativa.
Nas eleições de 17 de setembro, o Likud, de direita, conseguira 32 deputados, enquanto a coligação centrista Azul e Branco de Benny Gantz ficara com 33 dos 120 lugares no Knesset, o Parlamento israelita. Mas graças às alianças negociadas, o primeiro-ministro teria garantido um total de 55 deputados, enquanto que Gantz conseguira o apoio de apenas 54.
Gantz e Netanyahu apelaram ambos a um governo de união, mas cada um deles quer liderar a eventual coligação.
Neste momento, o fiel da balança está nas mãos de Avigdor Lieberman. O líder do Yisrael Beitenu, com os deus oito deputados, tem apelado a um governo de união nacional laico, que junte o seu partido de extrema-direita, o Likud e a coligação Azul e Branca. Mas Netanyahu recusou abandonar os seus parceiros ultra-ortodoxos do Shas e do Judaísmo Unido da Torá. Já Gantz, recusa aliar-se a Netanyahuenquanto este estiver sob suspeita em três casos de justiça.