Negro é morto por dois seguranças de supermercado no Brasil

Depois de discutir com uma operadora de caixa, João Freitas, 40 anos, foi perseguido e espancado pelos vigilantes, ambos brancos. Os agressores respondem agora por homicídio qualificado
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Um homem negro de 40 anos foi espancado e morto por dois homens brancos em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, na noite de quinta-feira, dia 19, a poucas horas de se celebrar no Brasil o feriado do Dia da Consciência Negra, que assinala o combate ao racismo.

João Freitas foi agredido numa unidade do supermercado Carrefour, após desentendimento entre a vítima e uma funcionária do supermercado que teria, na sequência, chamado a segurança, informa a Brigada Militar da cidade.

Freitas foi levado da área dos caixas para a entrada da loja e teria, segundo a Polícia Civil, iniciado a briga ao dar um soco num dos seguranças. Na sequência, foi espancado até à morte.

Uma equipa do serviço de atendimento de urgência local tentou reanimar o homem, que acabaria por morrer no local.

Os agressores têm 24 e 30 anos, foram presos em flagrante e devem responder por homicídio qualificado. Um deles é polícia militar e foi levado para uma prisão militar, o outro é segurança da loja e está num edifício da Polícia Civil.

Em nota, a rede Carrefour atribuiu a agressão aos seguranças, chamou o ato de "criminoso" e anunciou o fim do contrato com a empresa que responde pelos funcionários agressores.

Dados divulgados em agosto deste ano pelo Atlas da Violência de 2020 indicam que os assassinatos de negros aumentaram 11,5% em dez anos, enquanto os de não negros caíram 12,9% no mesmo período no Brasil.

O relatório também mostra que, em 2018, os negros representaram 75,7% das vítimas de todos os homicídios.

O caso de Freitas é, entretanto, a terceira queixa de negros agredidos em supermercados este ano.

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