Navalny acusa Putin de estar por trás do seu envenenamento

O líder da oposição russa afirma que quer voltar à Rússia. "Eu não tenho medo", disse em entrevista à Der Spiegel, após ter tido alta do hospital alemão onde foi tratado.
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O líder da oposição russa, Alexei Navalny, acusou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de ser o responsável pelo seu envenenamento. A acusação foi feita durante a entrevista que deu à revista Der Spiegel, depois de ter deixado o hospital alemão onde foi tratado.

"Afirmo que Putin está por trás deste ato, não tenho outras versões do que aconteceu", afirmou Navalny em entrevista à revista alemã, que será publicada esta quinta-feira.

"Não se sente nenhuma dor, mas sabe-se que estamos a morrer", disse Navalny sobre o momento em que o agente nervoso usado começou a fazer efeito. Recorde-se que as autoridades alemãs afirmaram ter "provas inequívocas" de que o opositor russo foi envenenado com um agente nervoso da família novichok e exigiu que a Rússia apresente explicações "urgentes" sobre o caso.

À revista alemã, Navalny fez saber que pretende voltar à Rússia. "Agora a minha tarefa é permanecer sem medo. E eu não tenho medo", assegurou.

Navalny adoeceu a 20 de agosto após embarcar num avião na Sibéria, no regresso a Moscovo. No aeroporto só terá alegadamente bebido um chá. Foi inicialmente tratado num hospital local antes de ser autorizado a ser transferido para Berlim, para tratamento.

Um "incidente chocante", afirmou o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.

"Alexei Navalny é a vítima de um crime", disse a chanceler alemã, Angela Merkel, falando de uma "tentativa de homicídio". Numa nota, acrescentou: "Era suposto ele ser silenciado. Isto levanta questões muito difíceis que só o governo russo pode responder e tem de responder."

Os testes a Navalny, de 44 anos, foram feitos pelo Exército alemão em colaboração com o hospital Charité, em Berlim, onde o opositor russo esteve a ser tratado. Provam que este foi envenenado com "um agente químico nervoso da família do novichok", segundo Seibert.

Além da chanceler alemã, o Reino Unido também exigiu explicações da Rússia sobre o caso, considerado como um "ato desprezível e cobarte" pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que exigiu o apuramento de responsabilidades.

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"Fui informada pela chanceler [alemã] Angela Merkel que o líder da oposição russa Navalny foi atacado com um agente neurotóxico, no seu próprio país. Isto é um ato desprezível e cobarde", condenou a líder do executivo comunitário numa publicação feita na rede social Twitter. E exigiu: "Os culpados têm de ser levados à justiça".

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