Nacionalistas búlgaros detiveram 23 migrantes na fronteira com Turquia
Membros da nacionalista Organização de Proteção dos Cidadãos Búlgaros detiveram no domingo passado 23 imigrantes, alegadamente do Afeganistão, a poucos quilómetros da fronteira com a Turquia, informou na segunda-feira a televisão privada Nova TV.
Segundo esta estação, 11 membros daquela organização, que se identifica como não-governamental e patriótica, estavam a patrulhar na zona fronteiriça do sudeste da Bulgária, acompanhados por uma equipa da televisão.
Os ativistas, vestidos com roupa militar e equipados com rádios portáteis, encontraram num bosque, perto de umas aldeias, a sete quilómetros da fronteira, um grupo com 18 homens, três mulheres e duas crianças, a quem ordenaram que parassem e se sentassem no chão, enquanto chamavam a polícia.
A Nova TV emitiu a gravação feita por um telemóvel de um destes ativistas, que classificou como "caçadores de imigrantes", que organizaram uma "detenção cívica" de estrangeiros, que se declararam afegãos.
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Na gravação ouve-se a voz de um dos voluntários, que explica a situação enquanto mostra os estrangeiros sentados e conclui com o grito "Que viva a Bulgária!".
Segundo a estação televisiva e o relatório publicado na página da organização na internet, uma patrulha policial chegou ao lugar hora e meia mais tarde e começou o registo dos documentos de identidade dos voluntários e dos jornalistas.
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A mesma organização convocou para o final de março uma ação de protesto em apoio de Dinko Valev, um comerciante de peças auto, que deteve na mesma zona um grupo de refugiados sírios e se converteu numa celebridade nacional, designado pelos meios como "caçador de imigrantes".
A porta-voz da Polícia de Fronteiras, Lora Lyubenova, declarou à EFE que as autoridades acolhem com agrado as chamadas dos cidadãos, a avisarem das entradas ilegais no país, mas que "as detenções são competência exclusiva da polícia".
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