Muro com o México no primeiro discurso à nação de Trump a partir da Sala Oval

Presidente norte-americano vai visitar a fronteira entre os EUA e o México na quinta-feira.

Em pleno shutdown do governo norte-americano pela recusa do presidente em aprovar o orçamento que não inclui dinheiro para a construção do muro com o México, Donald Trump vai fazer o seu primeiro discurso à nação a partir da Sala Oval para falar da "crise humanitária e de segurança na fronteira sul".

O anúncio foi feito pelo próprio Trump no Twitter, que falará quando forem 02.00 desta quarta-feira em Lisboa (21.00 de terça-feira na Costa Leste dos EUA).

O discurso à nação será o primeiro feito pelo atual presidente a partir da Sala Oval, segundo os media norte-americanos. É considerado um dos locais mais solenes para este tipo de discursos.

Na quinta-feira, o presidente irá visitar a fronteira, segundo a assessora de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, que escreveu no Twitter que Trump irá "encontrar-se com aqueles que estão na linha da frente da segurança nacional e da crise humanitária". De acordo com a Fox News, que cita fontes de segurança, Trump deverá visitar a fronteira em McAllen, no Texas.

O presidente tem defendido a construção de um muro na fronteira, exigindo que o Congresso aprove um orçamento de 5,6 mil milhões de dólares para o financiar. A Câmara dos Representantes está neste momento nas mãos dos democratas, que recusam fazê-lo, pelo que Trump rejeita aprovar o orçamento.

Isso leva ao shutdown, que implica o congelamento de uma série de verbas essenciais e faz com que 800 mil funcionários federais sejam dispensados de se apresentar ao serviço, não tendo direito a receber ordenado. O shutdown já dura há 18 dias e Trump terá dito que irá mantê-lo o tempo que for necessário. Já é o segundo mais longo da história dos EUA e será o mais longo caso se prolongue para o fim de semana.

Trump, que enviou 5800 militares para a fronteira e vê os migrantes como "invasores", avisou que poderia declarar uma situação de emergência nacional, de forma a destacar diretamente a verba necessária sem o apoio do Congresso. O vice-presidente, Mike Pence, indicou que a ideia está a ser estudada. Isso deverá contudo desencadear vários processos judiciais.

Transmissão em direto

O discurso de Trump será transmitido em direto pelas principais estações de televisão norte-americanas, que destinaram oito minutos de tempo de antena, mas são muitas as vozes críticas que exigem que seja feita em simultâneo uma validação dos factos que forem apresentados pelo presidente - visto como alguém que muitas vezes manipula os factos a seu favor.

"O desafio que os media enfrentam é que não querem dar uma plataforma a alguém que é conhecido por mentir muito, mas, ao mesmo tempo, é o presidente dos EUA, que tem muito poder e continua a usar esse poder", disse ao The Washington Post Mike Ananny, perito em media na Universidade do Sul da Califórnia.

Os democratas exigem às estações de televisão o mesmo tempo de antena, imediatamente depois, para poder responder às declarações do presidente que serão "cheias de malícia e desinformação", segundo um comunicado da líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e do líder democrata do Senado, Chuck Schumer.

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