Mulher está há 8 anos em coma por causa de um atalho na lista de espera

Margarita Espallardo aceitou uma troca de hospital para antecipar em vários meses uma intervenção cirúrgica. Por erro dos anestesistas encontra-se em estado vegetativo.

Uma mulher está em coma desde 2010 por um erro dos anestesistas que a operaram depois de uma troca de hospital ter antecipado em vários meses a sua operação, conta o jornal espanhol El Pais .

Margarita Espallardo, de 52 anos, aceitou a troca proposta para escapar às listas de espera. A mulher, empregada de limpeza de Cartagena, região de Murcia, e mãe de dois filhos, de 10 e 12 anos, encontra-se em estado vegetativo por danos cerebrais causados pelas complicações que existiram ao ser entubada e que a deixaram sem oxigénio durante 15 minutos.

Uma sentença responsabiliza dois anestesistas do Hospital de Molina de Segura, que funciona numa parceria público-privada. Os profissionais ignoraram o aviso pré-operatório que os deveria prevenir para o facto de a mulher já ter sofrido complicações com a intubação numa cirurgia anterior. O próprio consentimento, aliás, avisava para a "possível intubação difícil".

Em janeiro de 2010 os médicos do Hospital Santa Maria del Rosell, onde Margarita Espallardo era seguida e onde seria operada, descobriram uns nódulos na tiroide, que se revelaram benignos, e recomendaram a sua remoção. Depois de ser contactada por esse hospital para uma troca de instituição que terá antecipado em vários meses a intervenção, a mulher deu entrada no Hospital de Molina de Segura a 26 de abril.

A família receberá 1,62 milhões de euros de indemnização pelo erro dos anestesistas.

O caso de Margarita Espallardo agudizou, segundo o El País, a já existente questão das listas de espera e formas de reduzi-las na região de Murcia. A porta-voz do PSOE na assembleia regional, Consuela Cano, diz que "é necessário reforçar as equipas nos hospitais públicos".

"Não sabe quando vai ser operado nem as alternativas que tem. Tudo depende da equipa médica que tenha e o que esta queria fazer. Aliás, o paciente perde toda a autonomia para tomar uma decisão", considera Maria Ángeles, do Podemos, a propósito da "opacidade" nas listas de espera em Murcia e na forma como as alterações são feitas.

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