Mulher "enterrada viva" durante mais de meia hora

"Pensei que tinha morrido", disse a jovem venezuelana, Michell Rangel
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"Nunca pensei ser a protagonista de uma história tão insólita". Quem o diz é a jornalista Michell Alejandra Vargas Rangel, que viveu uma experiência aterradora num cemitério em Madrid.

A venezuelana caiu, literalmente, dentro de uma cova e ali ficou, ferida e a pensar que ia morrer, durante longos e penosos 32 minutos. A história é contada pela própria ao espanhol ABC. "Pensei que tinha morrido", lembrou.

Tudo aconteceu em Canillas, em Madrid, onde está a começar uma nova vida, longe da perseguição de que foi alvo pelo regime de Nicolás Maduro. "Parece mentira que vim para Espanha a fugir da morte e quase acabei por a encontrar", considerou ao jornal espanhol.

Depois de ir a uma entrevista de emprego, a jornalista, de 28 anos, sentia-se feliz por estar num novo país a recomeçar do zero. Decidiu gastar nove dos últimos 10 euros que tinha no bolso para comprar flores. Enquanto caminhava por Canillas lembrou-se de depositar o ramo na campa mais degradada.

O que não estava à espera foi ver o chão que estava a pisar a desabar. Estava com um pé em cima da campa a tentar ler o nome do falecido quando foi "engolida" pela terra.

Durante mais de meia hora partilhou o exíguo espaço com o cadáver de Antonio Bisquert. A deitar sangue da cabeça e sem se conseguir mexer, a jovem, conhecida também por Michu, ficou "enterrada viva" a três metros abaixo do solo.

Gritou por ajuda, mas não havia ninguém no cemitério. Por sorte, o telemóvel que tinha no bolso não ficou danificado e lembrou-se de ligar a uma amiga, Carleth Morales - presidente da associação de jornalistas venezuelanos em Espanha -, que prontamente fez uma chamada para os serviços de urgência.

Ainda assim, não se livrou de ficar mais de meia hora lado a lado com um cadáver.

Apesar do susto, a jornalista venezuelana manteve a vontade de depositar flores naquela campa. E foi o que fez dias depois.

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