Muçulmano Sadiq Khan eleito presidente da câmara de Londres

Trabalhista vai suceder ao conservador Boris Johnson à frente dos destinos da capital britânica.
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Sadiq Khan, filho de imigrantes paquistaneses, foi eleito presidente da câmara de Londres, derrotando o candidato conservador, Zac Goldsmith. A vitória já está matematicamente garantida, apesar de ainda estarem a ser contados os votos, segundo a Sky News.

Na contagem das primeiras escolhas (cada eleitor faz duas escolhas no dia das eleições, indicando a sua primeira preferência e a sua segunda preferência), Khan conseguiu 44,2% dos votos, contra 35% de Goldsmith. Uma diferença de quase 240 mil votos. Como nenhum dos candidatos obteve mais de 50% dos votos, têm que ser contabilizadas as segundas preferências dos eleitores que não votaram nos candidatos que ficaram nas duas primeiras posições.

Sadiq vai suceder ao atual presidente da câmara, o conservador Boris Johnson, que abdicou de concorrer a um terceiro mandato consecutivo a pensar na luta pela liderança dos Tories quando o primeiro-ministro David Cameron decidir sair.

A campanha ficou marcada por várias polémicas entre Khan, 45 anos, um filho de imigrantes que cresceu num bairro social e trabalhou como advogado de direitos humanos até ser eleito deputado em 2005 e entrar para o governo de Gordon Brown, em 2008, e Goldsmtih, 41, ambientalista e deputado conservador, filho do falecido magnata e político James Goldsmith.

Khan foi acusado de apoiar extremistas islâmicos, ou pelo menos não se distanciar deles o suficiente, no que foi qualificado pela sua equipa como uma "campanha suja".

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Goldsmith foi associado a donativos de mais de 50 mil euros de promotores imobiliários que na semana passada receberam autorização da câmara de Boris Johnson para construir centenas de apartamentos de luxo. Um porta-voz da campanha rejeitou qualquer "sugestão de impropriedade" e assegurou que todos os donativos são "pronta e transparentemente declarados de acordo com as regras".

A crise da habitação é aliás a preocupação mais referida pelos londrinos, devido ao contínuo aumento do já elevado preço das casas, a que se juntam as previsões de que a população de Londres deverá aumentar de oito para dez milhões nos próximos 15 anos. Khan prometeu que metade das habitações que vierem a ser construídas serão acessíveis e Goldsmith que até 2020 aumentará a construção para 50.000 habitações por ano, contra 25 mil atualmente.

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