Ministro da Defesa grego demite-se antes de votação sobre nome da Macedónia

Panos Kammenos não concorda com a alteração do nome para República da Macedónia do Norte e deixa governo. Acordo conseguido em junho entre Grécia e a Macedónia pode não aprovado no parlamento helénico
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O ministro da defesa grego e principal aliado da coligação do Governo de Alexis Tsipras, Panos Kammenos, anunciou este domingo que vai renunciar ao cargo, antes da próxima votação parlamentar sobre o novo nome da Macedónia, ao qual se opõe. "A questão da Macedónia não me permite não sacrificar a minha posição como" ministro, afirmou, anunciando a "retirada do Governo" de membros do seu partido, numa declaração em direto para as televisões.

"Agradeci ao primeiro-ministro pela nossa cooperação e expliquei que, devido a essa questão nacional, não poderíamos continuar", acrescentou Panos Kammenos, líder do pequeno partido soberanista ANEL, vai dar mais pormenores sobre a resignação do cargo numa conferência de imprensa marcada para o início da tarde deste domingo.

Na sexta-feira, o parlamento da Macedónia ratificou o acordo sobre o nome de "República da Macedónia do Norte" que, para entrar em vigor, deve agora ser ratificado pelo congénere grego. A votação em Atenas deve acontecer "dentro de dez dias", segundo Alexis Tsipras.

É necessária uma maioria simples para a mudança de nome da Macedónia, tendo o chefe do Governo uma pequena margem de manobra (153 de 300, incluindo 145 do seu próprio partido). O principal partido da oposição, Nova Democracia (78 eleitos), anunciou que iria votar contra a ratificação do acordo, mas os eleitos do ANEL mantiveram a ambiguidade e poderão aprovar a mudança de nome, apesar da demissão do seu líder.

Quanto aos seis membros do Governo provenientes do ANEL, não é seguro que sigam os passos de Kammenos e o primeiro-ministro espera ainda o voto dos deputados do partido pró-europeu da oposição Potami, que tem sete eleitos.

Tsipras e o seu homólogo macedónio, Zoran Zaev, assinaram em junho o acordo de Prespa, que prevê a alteração da designação do país (Macedónia, ou Antiga República Jugoslava da Macedónia, Fyrom), para "República da Macedónia do Norte", mas a sua concretização ficou dependente da sua aprovação pelos parlamentos de Skopje e Atenas.

A alteração destina-se a terminar com um velho litígio de quase três décadas entre os dois vizinhos, e terminar com o veto grego à adesão da Macedónia à NATO e ao processo de aproximação com a União Europeia (UE). Atenas exigia a mudança de nome por considerar que Macedónia faz parte do seu património histórico e só podia ser usado pela sua província com o mesmo nome.

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