Militar da Arábia Saudita matou três pessoas a tiro na base americana de Pensacola

O homem, um segundo-tenente da Força Aérea Saudita, abriu fogo e matou três pessoas na base aérea. Acabou abatido por polícias e as autoridades norte-americanas investigam possíveis ligações a terrorismo: Rei saudita diz que militar "não representa os sentimentos do povo" da Arábia.
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As autoridades norte-americanas anunciaram que estão a investigar se há motivação terrorista no tiroteio ocorrido esta sexta-feira na base naval de Pensacola, no estado da Florida, tendo já indicado que o suspeito, que foi abatido, era um estudante de nacionalidade saudita, um segundo-tenente da Força Aérea da Arábia Saudita. No tiroteio morreram três pessoas e oito ficaram feridas.

No total, onze pessoas foram atingidas a tiro, incluindo dois policias que foram os primeiros a responder ao ataque, um dos quais matou o atirador, disse o xerife do condado de Escambia, David Morgan. Um dos polícias foi baleado no braço e o outro no joelho, e ambos estão a recuperar bem.

A Arábia Saudita recorre aos Estados Unidos para treinar os seus militares e este estudante de aviação estava na base ao abrigo desses protocolos. O Rei saudita Salman bin Abdelaziz demarcou-se do autor do tiroteio e assegurou que este "não representa os sentimentos do povo" da Arábia Saudita.

"O Rei Salman de Arábia Saudita acaba de me ligar para expressar as suas sinceras condolências e para dar os seus pêsames aos familiares e amigos dos militares que foram assassinados e feridos", escreveu o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sua conta na rede social Twitter.

De acordo com Donald Trump, o Rei Salman disse que o povo saudita "está muito incomodado com as ações bárbaras" do atacante, cuja identidade não foi divulgada, sabendo-se que é um saudita que estava a receber treino militar na base.

"Essa pessoa de nenhuma maneira representa os sentimentos do povo saudita, que ama o povo norte-americano", disse o Rei saudita, segundo as palavras de Trump.

O tiroteio gerou grande agitação entre o pessoal da base. Lucy Samford, 31 anos, disse à AP que o seu marido, um reservista da Marinha e trabalhador civil na base, estava a cerca de 500 metros do local onde o tiroteio aconteceu. Contou que recebeu um telefonema do marido pouco depois das sete da manhã locais. "Amo-te. Diga às crianças que eu as amo. Só quero que você saiba que há um atirador ativo na base", relatou. Mais tarde, o marido ligou a garantir que estava tudo bem com ele.

O tiroteio ocorreu na base naval de Pensacola, uma base aeronaval, que abriga mais de 16.000 militares e 7.400 funcionários civis, de acordo com a página da instituição na Internet, é uma das mais conhecidas e importantes da Marinha norte-americana, estendendo-se ao longo da orla a sudoeste do centro de Pensacola e dominando a economia da área circundante.

É o lar da equipa de demonstração de voo dos Blue Angels e inclui o Museu Nacional da Aviação Naval, uma popular atração turística regional.

O tiroteio ocorre dois dias depois de um marinheiro norte-americano ter matado duas pessoas e ferido uma terceira, todas civis, no estaleiro da base militar de Pearl Harbor, no Havai, antes de cometer suicídio.

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