#MeToo. Outros casos em julgamento além de Kevin Spacey

Bill Cosby, Harvey Weinstein, Charlie Rose ou Larry Nassar são mais alguns dos casos denunciados pelo movimento #MeToo que chegaram à justiça

Acusado dos crimes de agressão sexual e ofensas corporais, alegadamente cometidas em 2016 sobre um jovem empregado, então com 18 anos, de um bar-restaurante da mesma cidade daquele estado americano, o ator Kevin Spacey declarou-se nesta segunda-feira inocente em tribunal.

A audiência do ator durou dez minutos. Para a próxima, marcada para 4 de março, o juiz permitiu ao ator que não se apresentasse fisicamente, desde que estivesse contactável por telefone. Se for considerado culpado, a pena pode atingir os cinco anos de prisão.

Este é apenas um dos casos em que o ator se vê envolvido, e que lhe tiraram o emprego desde que se tornaram públicos. No ano passado, o ator Anthony Rapp revelou que Spacey o teria agredido sexualmente quando tinha 14 anos e o ator tinha à volta de 20. Spacey respondeu dizendo que não se lembrava, mas pedia desculpa a Rapp por algum comportamento incorreto que tivesse tido. No total, mais de 30 homens se declararam vítimas de avanços não desejados, de cariz sexual, por parte do ator.

Bill Cosby

O ator e comediante norte-americano de 81 anos foi condenado a uma pena de três a dez anos de prisão efetiva pelo tribunal de Norristown, na Pensilvânia, que o considerou um "predador sexual violento". A sentença conhecida em setembro de 2018 aconteceu depois de em abril Cosby ter sido considerado culpado de três crimes de agressão sexual agravada a Andrea Constant, em 2004.

A acusação pedia uma pena de prisão entre cinco e dez anos de prisão, enquanto a defesa requereu prisão domiciliária depois de o tribunal dar como provado que o ator drogou e depois abusou da antiga funcionária da Universidade de Temple.

"Foi um ataque de um predador - os comprimidos, o planeamento, a penetração sem o consentimento dela [Andrea Constant]", argumentou o juiz Steven O'Neill.

Mais de 50 mulheres acusaram a estrela do programa The Bill Cosby Show de assédio sexual nas décadas de 1960, 1970 e 1980, mas o caso de Andrea Constant foi o único a ir a tribunal.

Cosby foi o o primeiro caso julgado desde que o movimento de denúncia de assédio e abuso sexuais #MeToo começou.

Harvey Weinstein

Apesar dos esforços da defesa para que as acusações contra Harvey Weinstein fossem eliminadas, o juiz James Burke rejeitou em dezembro o pedido de eliminação das cinco acusações de violação e agressão sexual.

O ex-produtor e magnata de Hollywood, que hoje compareceu em tribunal, tem agora marcada uma audiência prévia para 7 de março. Harvey Weinstein pode incorrer em penas até prisão perpétua.

Em outubro a justiça deixou cair uma das acusações contra Harvey Weinstein. Recorde-se que, apesar de ter pedido desculpa pelo seu comportamento e pela "dor" que causou, o ex-produtor nega as acusações.

Larry Nassar

O ex-médico da seleção de ginástica dos Estados Unidos foi condenado a em janeiro de 2018 a uma pena entre 40 e 175 anos de prisão por abusos sexuais cometidos contra centenas de jovens durante os mais de 20 anos que esteve no cargo.

Com 265 mulheres a acusá-lo de abusos sexuais, já em 2017 tinha sido condenado a 60 anos de prisão por posse de pornografia infantil.

"É minha honra e privilégio sentenciá-lo. Não merece caminhar fora de uma prisão. Não fez nada para controlar os seus desejos e, onde quer que vá, destruição vai acontecer aos mais vulneráveis", afirmou a juíza Rosemarie Aquilina.

Vários grandes nomes de topo da ginástica dos Estados Unidos, entre as quais a quádrupla campeã olímpica de ginástica Simone Biles, vieram a público denunciar terem sido vítimas de abusos por parte de Larry Nassar.

O caso do Ministério Público assentou nos crimes cometidos contra Jordyn Wieber, medalha de ouro olímpica em Londres 2012, as colegas de equipa Aly Raisman, Gabby Douglas e McKayla Maroney, e três outras atletas, mas várias outras ginastas, muitas delas menores, revelaram ter sofrido abusos.

Charlie Rose

A CBS chegou a acordo com três mulheres que acusaram o canal de não fazer o suficiente para impedir que um dos seus principais e históricos pivôs Charlie Rose de as agredir sexualmente.

Charlie Rose foi despedido pela CBS depois de ser publicada uma investigação do Washington Post que dava conta do comportamento sexualmente desadequado enquanto trabalhavam para ele

As três trabalhadoras processaram o canal e Charlie Rose em 2018 depois de outro artigo do Washington Post ter dado conta de que o canal havia ignorado queixas de trabalhadoras da CBS.

Os valores do acordo judicial permanecem confidenciais a pedido das três mulheres. Embora a CBS esteja agora fora do processo, Charlie Rose continua envolvido.

As acusações das três mulheres envolvem descrições em que Rose as "acariciava os seus braços, ombros, cintura e costas, puxando-as para perto do seu corpo e beijando-as na cara".

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