Médicos confusos com morte de menina que apanhou malária na Itália

A doença foi erradicada na Itália há mais de 50 anos
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Uma menina de quatro anos morreu este domingo de malária cerebral no norte da Itália. O caso está a deixar a comunidade médica intrigada pois já não há registos desta doença na Itália desde 1950 e a criança não saiu do país recentemente.

Sofia Zago foi hospitalizada no sábado na cidade de Bréscia com febre alta e morreu na noite seguinte.

O ministro da Saúde italiano disse esta terça-feira que vai pedir que as circunstâncias da morte da menina sejam investigadas por especialistas, segundo a Reuters. Apesar de não saberem como a menina contraiu a malária, as autoridades pedem que a população não fique preocupada.

"As pessoas não devem ficar alarmadas porque [a malária] não pode ser transmitida na Itália", disse o especialista em doenças infecciosas Luigi Gradoni, numa entrevista para a televisão italiana. "A investigação vai esclarecer qual foi o mecanismo de transmissão", continuou.

A malária é transmitida pela fêmea do mosquito Anopheles, que pode ser encontrado em climas quentes, como o da América Central e do Sul, o de África, o da Ásia e em algumas partes do Leste da Europa. Este mosquito foi erradicado da Itália e desde dos anos 1950 que o país não registava um caso de infeção.

Contudo, é possível que um mosquito infetado chegue a determinado país de avião, entrando nas malas dos viajantes ou nas aeronaves. Por precaução, a ala do hospital onde a menina morreu será fumigada.

Uma suposição que tem sido divulgada é que Sofia apanhou malária quando foi internada num hospital em Trento, em agosto, por ter diabetes. No mesmo hospital, mas num quarto diferente, estavam duas meninas que tinham vindo de um país africano a receber tratamento para a malária.

Gradoni desmente esta explicação dizendo que a malária não pode ser transmitida de pessoa para pessoa. "Mesmo que [imigrantes] cheguem a Itália com ela, não a podem espalhar", explicou, segundo a Reuters.

Paolo Bordon, dos serviços de saúde de Trento, garantiu que Sofia não recebeu nenhuma transfusão de sangue enquanto recebia tratamento para a diabetes, segundo a BBC.

Em 2015 registaram-se cerca de 214 milhões de casos de malária, segundo a Lusa. Morreram 438.000 pessoas.

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