May percorre 1280 Km para promover brexit: "o futuro será melhor"

A um ano da saída da UE, a primeira-ministra britânica visitou Escócia, Irlanda do Norte, País de Gales e Inglaterra
Publicado a
Atualizado a

Theresa May realizou ontem um périplo pelo país para assinalar o facto de faltar um ano para a saída do Reino Unido da UE (esta deve acontecer no dia 29 de março de 2019 às 23.00). A primeira-ministra britânica esteve na Escócia, Irlanda do Norte, País de Gales e Inglaterra para promover aquilo a que chamou "as oportunidades do brexit". Ao longo dos 1 280 Km percorridos, tentou passar uma mensagem de confiança: "Estou convicta de que o futuro será muito melhor".

A líder do Partido Conservador começou o périplo com um encontro com os trabalhadores de uma fábrica de têxteis escocesa, centrando-se nos benefícios que o brexit trará para o comércio. "Acredito que podemos negociar um bom acordo que seja livre de tarifas e com o mínimo de barreiras comerciais possível, por forma a podermos manter os mercados da União Europeia, mas também abrir a outros mercados do resto do mundo. O brexit traz-nos oportunidades", disse, em declarações aos jornalistas.

Bruxelas tem insistido que o Reino Unido tornará as trocas comerciais mais difíceis por causa da sua saída do mercado único e da união aduaneira. O presidente do Conselho Europeu notou que qualquer acordo comercial com os britânicos será o primeiro a enfraquecer as relações económicas em vez de fortalecê-las. Donald Tusk tem sido particularmente duro nas declarações que tem feito sobre o brexit. Não há muito tempo o ex-primeiro-ministro polaco avisara que sem haver uma solução concreta para a Irlanda do Norte não será debatido mais nenhum tema no que ao dossiê do brexit diz respeito. Bruxelas propusera inicialmente que os norte-irlandeses ficassem no mercado comum, mesmo em caso de saída dos britânicos. Londres recusa porque isso poderia fazer regressar uma fronteira física entre as duas Irlandas.
De visita a uma quinta de Bangor, na Irlanda do Norte, May reafirmou ontem a sua oposição à chamada hard border. "A fronteira é usada no comércio diário, mas também é uma parte muito importante da identidade britânica e irlandesa, enraizada em gerações de história familiar - e isso é algo que tem que ser protegido", declarou a primeira-ministra. Esclarecendo o seu propósito ali - "Quero ouvir das pessoas da Irlanda do Norte o que a nossa saída da UE significa para elas" - May sublinhou que o compromisso do governo com os Acordos de Sexta-Feira Santa foi reafirmado no compromisso assumido no Conselho Europeu da semana passada.

No mesmo dia do périplo, Tony Blair voltou a defender um referendo sobre o acordo final que Londres conseguir com a UE. Para o ex-primeiro-ministro trabalhista britânico, que falava num evento promovido pela iniciativa Changing Europe, a votação só no Parlamento irá abrir o caminho do poder para o líder do Labour Jeremy Corbyn. Por isso avisou: "Não acredito que o Labour vá votar a favor de um acordo dos Tories sobre o brexit".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt