Massacre na Florida. Polícia que ficou à porta acusado de 11 crimes
O agente da polícia que se encontrava ao serviço na escola de Parkland, na Florida, quando ocorreu um tiroteio no qual morreram 17 pessoas foi detido e é acusado de 11 crimes, entre os quais negligência e perjúrio. Scot Peterson, que estava destacado para proteger a escola secundária Marjory Stoneman Douglas, ficou no exterior do edifício e não interveio durante o massacre.
De acordo com a BBC, Scot Peterson, que foi detido na terça-feira, enfrenta 11 acusações relacionadas com a sua atuação durante o tiroteio protagonizado por Nikolas Cruz, 19 anos, ex-aluno da escola.
No dia 14 de fevereiro de 2018, o rapaz entrou na escola e matou 17 alunos. Segundo a investigação feita pelas autoridades, do lado de fora do edifício, Scot Peterson "não fez absolutamente nada" para perceber de onde vinham os disparos e para evitar o massacre.
Pouco depois do tiroteio, as autoridades viram as imagens das câmaras de vigilância, nas quais o polícia aparece no exterior da escola, enquanto os alunos eram atacados no interior. De serviço na escola desde 2009, Peterson chegou à escola 90 segundos antes de serem disparados os primeiros tiros e manteve-se no exterior durante todo o ataque.
Rick Swearingen, do departamento da Polícia da Florida, considera que "não pode haver desculpa para a completa falta de ação" de Scot Peterson, que "custou vidas".
Scott Israel, o xerife do condado de Broward, na Florida, também manifestou a sua consternação com a atuação do agente: "Estou devastado. Doente. Ele nunca chegou a entrar", lamentou, numa conferência de imprensa após os crimes. Na opinião do xerife, o colega deveria ter entrado e "matado o assassino".
Scot Peterson encontra-se detido na prisão de Broward County, tendo a sua fiança sido fixada nos 102 mil dólares (cerca de 90 700 euros). Segundo declarações feitas à NBC, o polícia acreditava que os disparos vinham do exterior da escola e não do seu interior.
Alguns dias após o sucedido, o presidente norte-americano, Donald Trump, criticou o polícia que não interveio para impedir o massacre, afirmando que "ou é cobarde" ou "não consegue agir sob pressão".
"Quando chegou o momento de entrar lá e fazer alguma coisa, [ele] não teve coragem ou aconteceu qualquer coisa", disse.
Na sequência da sua atuação, Peterson foi suspenso das suas funções e demitiu-se logo de seguida.