Manifestantes em Londres envolveram-se em confrontos com polícia
Centenas de manifestantes envolveram-se este sábado em confrontos com a polícia, junto ao parlamento, em Londres, durante uma manifestação de nacionalistas britânicos em defesa dos monumentos.
Alguns manifestantes atiraram garrafas e empurraram polícias, junto à ponte de Westminster, no centro de Londres, enquanto outros provocavam momentos de tensão na praça de Trafalgar.
Segundo a BBC, grupos ligados às claques de futebol e a movimentos da extrema-direita, como o Britain First, constituídos maioritariamente por homens brancos, tornaram a manifestação de alegada defesa da "herança britânica" em confrontos com as autoridades.
Ao fim de 15 dias de manifestações antirracistas, após a morte do afro-americano George Floyd, asfixiado sob escolta policial em Minnesota, nos Estados Unidos, no dia 25 de maio, ativistas começaram a exigir a deposição de estátuas de pessoas ligadas à escravatura ou ao colonialismo. A estátua do herói da Segunda Guerra Winston Churchill foi alvo de um ataque.
Alguns membros do grupo de extrema-direita Britain First foram hoje à Praça do Parlamento, segundo relatos dos meios de comunicação social, acompanhando o líder Paul Golding para proteger os monumentos.
A ministra britânica do Interior, Priti Patel, criticou o "vandalismo inaceitável" dos manifestantes que provocaram a polícia em Londres. "Qualquer pessoa que cometer violência ou vandalismo deve esperar toda a força da lei. A violência contra os nossos polícias não será aceite. O coronavírus continua a ser uma ameaça para todos", escreveu Patel na sua conta pessoal da rede social Twitter.
A polícia impôs restrições em Londres para evitar incidentes e impedir que os manifestantes pintassem estátuas.
Para além disso, os grupos de manifestantes tinham de dispersar a meio da tarde, especialmente na área de Whitehall, na zona dos edifícios governamentais e perto do Parlamento.
No fim de semana passado, a estátua do ex-primeiro-ministro Winston Churchill apareceu pintada, forçando o Governo a protegê-la e a cobri-la para evitar danos.
Como medida de precaução e para evitar incidentes entre os grupos, a polícia londrina impôs ainda ao grupo antirracista Black Lives Matter uma área específica para se manifestar, entre a praça de Trafalgar e Hyde Park, no centro da capital britânica.
Além de Londres, manifestações ocorreram em várias outras cidades do Reino Unido como Glasgow, na Escócia, Belfast, na Irlanda do Norte, e Brighton, no sul de Inglaterra, embora não tenham sido aí registados atos de violência, de acordo com relatos das autoridades britânicas.