Mais 743 mortes em Espanha. Número de óbitos diários volta a crescer
Espanha registou esta terça-feira mais 743 mortes e 5.478 casos confirmados de infeção por covid-19, anunciou o Ministério da Saúde daquele país.
O número de óbitos diários voltou assim a crescer após quatro dias de queda.
No total, registam-se 13.798 mortes e cerca de 140.510 casos confirmados em solo espanhol.
Entre as pessoas infetadas, 7.069 passaram pelas unidades de cuidados intensivos e 43.208 já recuperaram. Mais 138 pessoas passaram pelas unidades de cuidados intensivos e mais 2.771 recuperaram nas últimas 24 horas.
Na véspera, Espanha tinha registado 637 mortes, o número mais baixo desde 24 de março. No mesmo dia, foram confirmados mais 4.273 casos positivos de covid-19.
Espanha é o segundo país com mais casos confirmados, sendo apenas superado pelos Estados Unidos (367 mil), e também o segundo com mais mortes, sendo apenas superado por Itália (16.500).
O Governo de Espanha aprova esta terça-feira a proposta para prolongar durante mais duas semanas, até 25 de abril, o "estado de emergência" em vigor desde 15 de março com o objetivo de lutar contra o novo coronavírus.
A câmara baixa do parlamento espanhol, Congresso dos Deputados, deverá dar o seu acordo à proposta do executivo socialista na próxima quinta-feira, havendo uma maioria confortável de formações políticas que apoiam a iniciativa, incluindo o maior da oposição, o Partido Popular, de direita.
O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, anunciou no sábado passado o prolongamento do "estado de emergência" até à meia-noite de 25 de abril, para travar a covid-19 numa altura em que, tudo indica, está "superado o pico" desta pandemia.
Na altura, o chefe do Governo avançou que as medidas de contenção que incluem o confinamento em casa para todos, salvo os que trabalham em serviços essenciais, iriam continuar, mas que estava a estudar a possibilidade de, a partir de segunda-feira 13 de abril, ser autorizado o regresso ao trabalho daqueles que não podiam fazê-lo a partir de casa.
O "estado de emergência" começou em 15 de março e impôs uma série de restrições à mobilidade dos cidadãos, que foram depois alargadas, com medidas adicionais, como o controlo nas fronteiras ou o fecho provisório de atividades económicas não essenciais.
O confinamento foi inicialmente aprovado por duas semanas, às quais foram acrescentadas mais duas, a partir de 29 de março e até 11 de abril próximo.
O ministro da Saúde espanhol definiu esta segunda-feira como objetivo para esta semana a consolidação da desaceleração nos novos casos de coronavírus, depois de o aumento diário de infetados ter passado de 22% em 16 de março para 3% agora.
Salvador Illa sublinhou que as medidas de contenção aprovadas com a entrada em vigor do "estado de emergência" em 14 de março e o cumprimento "exemplar" da sociedade "funcionaram e beneficiaram todos os cidadãos espanhóis e de Espanha".
O ministro anunciou em conferência de imprensa que a situação nas unidades de cuidados intensivos "estabilizou", embora tenha pedido para que os números sejam utilizados "com cautela, como sempre".
Salvador Illa destacou que o país e o mundo estão a enfrentar a maior emergência sanitária dos últimos 100 anos e advertiu que, apesar da boa evolução dos últimos dias, a situação ainda está "longe" de terminada.
A primeira etapa, a de atingir o pico de contágios, está concluída, mas agora o país tem de enfrentar a segunda etapa, a de dobrar a curva, segundo o ministro da Saúde.
O ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou esta segunda-feira que o Eurogrupo está a ponderar avançar com uma linha de crédito rápida destinada a Espanha que pode chegar a "uns 28 mil milhões de euros" para ajudar no combate à covid-19.
Este instrumento recorrendo ao Mecanismo Europeu de Estabilidade não implica a presença de "comissários", nem de "troikas" a estudar a situação "como há dez anos", e ajudaria os Estados-membros mais necessitados a fazerem frente à pandemia do coronavírus, adiantou Scholz em conferência de imprensa.
O ministro das Finanças considerou que se trata de "montantes notáveis" para contribuir para a estabilização económica e mostrou-se "confiante" de que o Eurogrupo alcançará uma "decisão comum" esta terça-feira.
Scholz pediu para serem deixados de lado "grandes debates" sobre os corona-bonds, pedidos por vários países da União Europeia, incluindo Portugal e Espanha, uma opção que já foi rejeitada pela Alemanha, Holanda e Finlândia.