Luxemburgo elege deputadas de origem portuguesa e cabo-verdiana

Mónica Semedo trocou a televisão pela política e foi eleita deputada pelo liberais. Junta-se a Isabel Wiseler-Lima, que foi reeleita pelo partido de Jean-Claude Juncker.
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O Partido Social-Cristão (CSV), conservador, caiu mais de 16 pontos percentuais em relação às eleições de 2014, e perdeu o terceiro representante em Bruxelas e Estrasburgo. Em seu lugar foi eleita Mónica Semedo, pelo DP (liberais). Semedo, filha de emigrantes cabo-verdianos, é um conhecido rosto do Luxemburgo: foi apresentadora da RTL durante 22 anos.

A ex-comunicadora faz parte da comitiva de seis eurodeputados luxemburgueses, na qual figura Isabel Wiseler-Lima. A cabeça de lista pelo CSV nasceu em Odivelas há 58 anos e aos três anos os pais emigraram. Licenciada na Sorbonne em Letras, foi professora e é vereadora na capital do Grão-Ducado.

Casada com o deputado Claude Wiseler, é representante do Luxemburgo no Parlamento Europeu desde 2014. Ao Mundo Português, numa entrevista de 2013, lamentou a falta de participação cívica dos portugueses no Luxemburgo, embora compreendesse que o facto de a língua utilizada na política ser o luxemburguês não facilite aos emigrantes que só dominam o francês.

Ao Contacto, Mónica Semedo, de 34 anos, diz que aprendeu seis línguas, mas não o português, porque não havia na escola. Contou a vida difícil que a mãe teve - o pai morreu num acidente de viação e as cinco filhas ficaram parte da infância num lar, até voltarem para a progenitora. Uma inspiração: "É por isso que me empenho na luta pelo apoio às famílias monoparentais. A minha mãe nunca se queixou e trabalhou, trabalhou, trabalhou."

Sobre o Luxemburgo, afirma: "Acolheu os meus pais com um grande coração e deu uma oportunidade tanto aos meus pais como aos seus filhos, que puderam estudar, licenciar-se e ter uma vida mais fácil. É por isso que eu adoro o Luxemburgo, é o país mais europeísta que existe." Mónica Semedo licenciou-se em Ciência Política.

O resultado da eleição de Mónica Semedo não passou em claro em Cabo Verde. Quer o presidente Jorge Carlos Fonseca, quer o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva endereçaram os parabéns à dirigente política que falhara a eleição para o parlamento luxemburguês nas legislativas de outubro de 2018.

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