Lula da Silva apela à "resistência" do povo brasileiro

O antigo Presidente do Brasil, Lula da Silva, preso desde 7 de abril último, enviou uma mensagem de ano novo aos brasileiros, apelando à "resistência" em 2019.
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"2019 será um ano de muita resistência e muita luta, para impedir que o nosso povo seja ainda mais castigado do que já foi. O Brasil precisa mudar, sim, mas mudar para melhor", afirma na mensagem divulgada na página oficial do PT (Partido dos Trabalhadores).

O país precisa de "retomar o caminho do desenvolvimento com inclusão social", sublinha Lula da Silva, para acrescentar que "isso se faz com transferência de renda, com geração de empregos, com investimento público e privado; isso se faz tratando os trabalhadores e os mais pobres como solução e não como problema!".

Por isso, afirma: "Nosso objetivo em 2019 deve ser a defesa do povo brasileiro. Defender o direito à saúde e educação de qualidade. Ao emprego e à oportunidade de estudar e trabalhar em paz por um Brasil melhor".

E isso, defende na mesma mensagem, "só vai ser possível garantindo a democracia plena; em que seja livre o direito de organização, de manifestação e de expressão. Em que todos sejam reconhecidos como cidadãos e cidadãs. Em que se pratique a verdadeira Justiça, sem perseguição política, ódio ou preconceito".

"Eu continuo tendo fé em Deus e no povo brasileiro. Não vamos baixar a cabeça nem deixar que tirem nossa alegria de viver e de batalhar por dias melhores. Nós sempre tivemos coragem de lutar e temos coragem de recomeçar", diz o antigo presidente do Brasil, na mensagem de ano novo, quando o novo presidente eleito, o candidato da extrema direita brasileira, Jair Bolsonaro, toma posse, em Brasília.

Na mensagem de novo, Luíz Inácio Lula da Silva recorda que fez a passagem do ano numa cela, na qual, garante que foi preso "sem ter cometido crime nenhum, condenado sem provas e sem direito a um julgamento justo".

Mas, afirma: "não me sinto só. Não estou só".

Dirigindo um agradecimento à Vigília Lula Livre, que o acompanha desde o dia em que foi preso, o antigo presidente do Brasil adianta: "Vocês são o símbolo mais forte de uma corrente de solidariedade e clamor por justiça que se estende por todo o Brasil e ao redor do mundo".

E refere que os últimos anos no Brasil foram "muito difíceis para o povo brasileiros. "A fome voltou, o desemprego está rondando milhões de lares, os direitos dos trabalhadores estão sendo rasgados, as políticas sociais que protegem o povo estão sendo destruídas, a economia patina", especifica.

"Em 2018, nós [PT] lutamos nas urnas para mudar esta situação de forma democrática. Mas fizeram de tudo para impedir que os eleitores se pronunciassem livremente. A começar pela proibição ilegal da minha candidatura, desrespeitando a vontade da maioria e até uma decisão da ONU que garantia meus direitos políticos", reafirmou.

Mas, recorda que "ao longo da história, o povo brasileiro soube enfrentar grandes desafios e injustiças. Por mais duras que fossem as condições, jamais nos curvamos às tiranias".

Termina desejando que o ano de 2019 "seja o início de uma nova caminhada por um Brasil sem fome e sem pobreza, com emprego digno, saúde e educação para todos".

E cita o cantor e músico Chico Buarque: "Amanhã vai ser outro dia."

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