Líderes de seita executados 23 anos depois do ataque com gás sarin em Tóquio
Sete membros da seita Verdade Suprema, envolvidos no ataque com gás sarin no metro de Tóquio em 1995, foram executados no Japão, incluindo o líder do culto, Shoko Asahara. Este ataque com gás sarin, o mais grave incidente terrorista no Japão, matou 13 pessoas e feriu mais de seis mil. Outros seis membros do culto ainda aguardam pelo cumprimento de igual medida.
As execuções, que decorreram numa prisão de Tóquio, foram confirmadas pelo Ministério da Justiça japonês. Estas sentenças foram adiadas até agora devidos aos recursos que os condenados interpuseram ao longo dos anos. O trânsito em julgado só aconteceu em janeiro passado, 23 anos depois dos crimes terem sido cometidos.
O ataque terrorista ocorreu em 20 de março de 1995, quando membros da seita libertaram gás sarin no metro da capital japonesa, ao deixarem sacos com buracos para o gás sair ao longo da linha. Na altura, testemunhas descreveram que mal se aproximavam desses sacos, sem saberem o que era, começavam a sentir ardência nos olhos. A toxina atua de fora muito rápida e as vítimas ficavam sufocadas em segundos. Muitas ficaram cegas e paralisadas. Nas semanas seguintes a este ataque, membros do culto realizaram várias tentativas fracassadas de libertação de cianeto de hidrogénio em várias estações de metro japonesas.
Mais seis prisões perpétuas
O ataque chocou o Japão, um país com taxas de crime relativamente baixas e com equilíbrio social. Além do líder Shoko Asahara, também conhecido pelo nome de Chizuo Matsumoto, outras 12 pessoas foram condenadas à morte: sete foram hoje executadas e há seis no corredor da morte. As condenações neste processo incluem ainda mais seis pessoas punidas com prisão perpétua.
A seita Verdade Suprema tem a sua origem nos anos 1980, com uma mistura de crenças hindus e budistas a serem a base, misturadas com profecias apocalípticas de inspiração cristã. O líder afirmava ser o sucessor de Cristo e de Buda. Foram aceites com um culto no Japão em 1989 e tinham dezenas de milhares de seguidores em todo o mundo. A paranoia foi tomando conta dos líderes do culto - acreditavam que o mundo ia acabar numa guerra e que só os elementos da Verdade Suprema iam sobreviver. O ataque de 1995 acabou com a seita Verdade Suprema mas o culto prosseguiu no Japão com outro nome, Aleph, e está registado como uma religião, embora esteja sob vigilância das autoridades por ser considerada perigosa. Acredita-se que ainda haja milhares de seguidores no mundo.