Labour rejeita apoiar já o 'Remain' e Corbyn respira de alívio

Delegados ao Congresso, que decorre em Brighton, votaram a favor da proposta da direção executiva do partido e contra a moção que defendia que trabalhistas defendessem desde já uma posição anti-Brexit, tendo em vista um eventual segundo referendo. Mas a votação foi confusa e está envolta em polémica.
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Foi uma votação de braço no ar, algo confusa, mas a decisão está tomada. Os delegados ao Congresso do Partido Trabalhista britânico, que decorre em Brighton, votaram a favor das duas moções que apoiam a posição do líder Jeremy Corbyn. E rejeitaram a que defendia que o Labour assumisse, desde já, uma posição contra o Brexit num futuro referendo sobre o tema.

O plano do líder do Labour é, após uma eventual vitória nas eleições gerais, manter a sua neutralidade enquanto negoceia um novo acordo com a União Europeia, no espaço de três meses. A ideia é ter um novo referendo no espaço de seis meses, com o partido a decidir então, num congresso especial, se apoia o novo acordo ou a continuação do Reino Unido na União Europeia (o Remain). O objetivo é, na campanha para as eleições gerais, não alienar os eleitores trabalhistas que são a favor do Brexit.

Mas as bases do partido têm defendido que o partido assuma, desde já, a defesa do Remain. Por isso, os delegados votaram em três propostas. A primeira escolha era a proposta pela Comissão Nacional Executiva (NEC, na sigla em inglês), que defendia adiar a decisão para outro congresso. A segunda exortava os trabalhistas a apoiar o Remain nesse eventual segundo referendo, enquanto a terceira lembrava que Corbyn deixou "abundantemente claro" o caminho a seguir ao apoiar o referendo.

A primeira e a terceira foram aprovadas. A segunda chumbou, numa votação de braço no ar, que alguns jornalistas disseram ter sido demasiado próxima. Devido à confusão do momento da votação, houve quem pedisse que houvesse um novo voto, mas tal foi rejeitado.

A responsável do NEC que estava a presidir à sessão, Wendy Nichols, admitiu que inicialmente pensou que o voto tinha sido aprovado, mas a secretária-geral, Jennie Formby, indicou que os delegados tinham votado contra. E foi essa decisão que contou.

A chefe do governo da Escócia e líder do Partido Nacionalista Escocês, Nicola Sturgeon, foi das primeiras a reagir. Criticando no Twitter o que considera ser "o abdicar da liderança" do Labour, lembrou que o seu partido tem uma posição clara, a de parar o Brexit.

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