Sergio Moro é ministro da Justiça de Bolsonaro
O anúncio de que o juiz Sérgio Moro aceitou o convite foi feito por Jair Bolsonaro, esta quinta-feira, depois de uma reunião na sua casa, no Rio de janeiro, com o magistrado responsável pela operação "Lava Jato.
"No final de uma reunião em que discutimos as políticas [a serem criadas] no ministério, aceitei o convite", disse em comunicado o juiz.
Antes, Sérgio Moro havia sublinhado que o Brasil precisa de uma "agenda anticorrupção".
"Se há uma possibilidade de implementação dessa agenda, de convergência de ideias, de como isso deve ser feito, então há uma possibilidade. Mas, como disse, tudo é muito prematuro", afirmou Moro..
O magistrado judicial considerou "surpreendente" que o critiquem por conversar com "um presidente que foi eleito por 50 milhões de pessoas", ao ser questionado sobre um eventual impacto negativo no caso de aceitar o cargo proposto por Bolsonaro.
Moro chegou ao Rio de Janeiro na manhã desta quinta-feira, procedente de Curitiba, cidade do estado brasileiro do Paraná, onde dirigiu as investigações, em primeira instância, da operação Lava Jato, que revelou desvios milionários que, durante uma década, envolveu a empresa estatal Petrobras.
Depois de aceitar o convite para o governo de Bolsonaro, o juiz disse que se ia afastar do processo para "evitar controvérsias desnecessárias"
No âmbito da operação Lava Jato foram presos importantes políticos e empresários, entre os quais o antigo presidente brasileiro, Lula da Silva, condenado por corrupção e que se encontra a cumprir pena de 12 anos de prisão em Curitiba.
O capitão do Exército na reserva ganhou as eleições presidenciais do passado domingo, com 55% dos votos, enquanto Fernando Haddad, indicado por Lula, teve 44%.
Após a segunda volta das eleições, Moro felicitou Bolsonaro e desejou "um bom Governo", destacando a importância de realizar "reformas para recuperar a economia e a integridade da administração pública".