Marcelo espera que Itália encontre "condições de governabilidade"

O chefe de estado sublinhou que Portugal e Itália "são Estados amigos, são povos amigos", que estão "juntos na mesma aventura coletiva que é a União Europeia"

O Presidente da República manifestou hoje a esperança de que Itália encontre "condições de governabilidade" após as eleições legislativas, para que a União Europeia possa encontrar solução para os problemas no espaço comunitário.

"No que respeita ao povo irmão italiano, nós esperamos que a Itália também encontre condições de governabilidade, porque é outra economia, outra sociedade e outro Estado muito importante para a integração europeia", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em Sintra.

O chefe de Estado, que falava à margem de uma visita ao Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas, no concelho de Sintra, salientou a importância de, até ao início da campanha para o Parlamento Europeu, se tomarem decisões que não foram antes possíveis devido a "um ano e meio de eleições europeias".

Agora que já temos uma folga para olhar para os problemas da Europa é importante que a estabilização em todos os países permita que nestes seis a oito meses se olhe para esses problemas e se decida

O Presidente sublinhou que Portugal e Itália "são Estados amigos, são povos amigos", que estão "juntos na mesma aventura coletiva que é a União Europeia, uma boa aventura".

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para dar como exemplo o acordo governativo na Alemanha, uma "boa notícia" em que o papel do seu homólogo alemão "foi essencial" para se encontrar uma coligação estável de governo.

As forças políticas conhecidas como antissistema, eurocéticas e de extrema-direita alcançaram uma votação histórica nas eleições legislativas italianas de domingo: o Movimento 5 Estrelas (M5S, populista) tornou-se no partido mais votado com cerca de 32,6% dos votos, enquanto a coligação formada pela Forza Italia (FI, direita) do antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi e a Liga de Matteo Salvini (extrema-direita) obteve 37%.

No entanto, no seio desta coligação, a Liga, a formação eurocética e anti-imigração de Salvini, conseguiu superar significativamente a Forza Italia de Berlusconi, 17,4% contra 14%.

Tanto o M5S como a Liga reivindicaram o direito de formar Governo, excluindo qualquer aliança "eurocética" entre as formações políticas.

Uma vez que nenhuma das forças obteve uma maioria absoluta parlamentar, os líderes políticos vão ser forçados a negociar e antevê-se um período longo e complexo que pode durar meses.

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