"Houve um aumento da frequência de uso do Holocausto no discurso público, que de forma não intencional banaliza a sua memória e a tragédia do povo judeu", indicou a embaixada na sua conta na rede social Twitter.."Pela amizade forte de 72 anos entre os nossos países, pedimos que a questão do Holocausto fique à margem da política e de ideologias", acrescentou a representação diplomática israelita..A reação deu-se após uma comparação feita pelo Weintraub com uma operação da Polícia Federal, supervisionada pelo Supremo Tribunal Federal, que investiga aliados do Presidente, Jair Bolsonaro, pela suposta difusão de notícias falsas e ameaças contra esse tribunal e o Parlamento..Também através do Twitter, o ministro escreveu que essa operação representava "um dia de infâmia, de vergonha nacional, e será lembrada como a Noite dos Cristais brasileira"..Foi assim que ficou conhecido um evento violento ocorrido em novembro de 1938 na Alemanha nazi, em que centenas de judeus foram assassinados e cerca de 30.000 foram levados para campos de concentração pelas tropas de Adolf Hitler, que também destruíram as suas propriedades..Antes dessa comparação, Weintraub já tinha sido intimado a prestar depoimentos, após a transmissão de um vídeo de uma reunião de ministros, no âmbito de uma outra investigação do Supremo Tribunal Federal que tenta determinar se Bolsonaro interferiu politicamente na Polícia Federal..Nesse caso, o governante foi convocado para explicar as duras críticas que fez naquela reunião ministerial contra os magistrados do Supremo, a quem chamou de "vagabundos" e sugeriu que eles fossem levados "para a cadeia"..A declaração em causa foi mais um episódio na polémica entre Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal, que ganhou novos contornos nos últimos dias após operações que o tribunal determinou em conjunto com a Polícia Federal, responsável pelas investigações..O próprio Presidente do Brasil criticou a operação realizada pela Polícia Federal na quarta-feira contra alguns dos seus aliados.."Ver cidadãos de bem terem os seus lares invadidos, por exercerem o seu direito à liberdade de expressão, é um sinal de que algo de muito grave está a acontecer com a nossa democracia", escreveu Bolsonaro nas suas redes sociais..Mais tarde, em declarações à imprensa, em Brasília, Jair Bolsonaro afirmou que apesar de não interferir na Polícia Federal, "ordens absurdas" não deverão ser cumpridas..Há alguns meses, outros comentários tecidos pelo Ministro da Educação em referência à China, que foram apoiados pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho do chefe de Estado, também criaram um desconforto com as autoridades de Pequim, que os descreveu como "racistas"..No caso da China, trata-se do principal parceiro comercial do Brasil no mundo, enquanto que no caso de Israel o Governo de Bolsonaro mantém um relacionamento próximo com o país, e, em particular, uma forte sintonia ideológica com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.