"O meu plano é falar a partir da cova com pessoas desesperadas antes que elas lá cheguem"
John Edwards vai passar três dias num caixão a falar pela internet com pessoas desesperadas para que elas não terminem no mesmo sítio
Um irlandês vai passar três dias num caixão e enterrado, enquanto grava vídeos em direto para as redes sociais. A iniciativa de John Edwards serve para mostrar a pessoas que estão a passar por momentos difíceis que devem lutar pelas suas vidas.
John Edwards foi enterrado na quarta-feira no quintal de uma igreja em Belfast, Irlanda do Norte, para divulgar uma mensagem de esperança e só deverá voltar a ver a luz do sol na sexta-feira.
O homem de 61 anos foi toxicodependente e alcoólatra durante 25 anos, como contou ao Belfast Telegraph, e viu mais de 20 dos amigos a morrerem devido aos vícios ou suicídios. Agora quer ajudar o maior número de pessoas possível e mostrar que há esperança.
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"O meu plano é falar a partir da cova com pessoas desesperadas antes que elas lá cheguem", contou Edwards ao mesmo jornal. "Mostrar-lhes que há esperança".
O caixão de Edwards tem cerca de 1,20 metros de largura, 1,05 metros de altura e 2,40 metros de comprimento. Mesmo enterrado o homem vai responder a chamadas, mensagens e e-mails e falar no Skype com algumas pessoas. Os contactos de John foram disponibilizados no Facebook e qualquer um poderá ligar para ele.
Os dias de Edwards vão ser transmitidos em direto pelas redes sociais e o homem comprometeu-se a dormir poucas horas para falar com muita gente.
Entre cerca de 20 overdoses, comas, dois diagnósticos de cancro e um transplante de fígado, Edwards também já esteve várias vezes às portas da morte.
"Estamos a tentar passar a mensagem de que não precisas de estar num caixão prematuramente. Há ajuda e podes ultrapassar o vício e a doença", continuou Edwards. "Eu estive preso no vício durante 25 anos".O irlandês fundou o Walking Free, um projeto de caridade que apoia toxicodependentes, alcoólatras e pessoas que estejam a pensar em suicídio e quer chamar a atenção dos que mais precisam.
"Não sou claustrofóbico mas sinto-me encurralado, principalmente pela falta de luz e de espaço para exercitar", contou o homem que já fez esta experiência antes. No ano passado, Edwards passou três dias enterrado em Halifax, Inglaterra, para promover a mesma causa.