"Durante 93 dias de protestos antigovernamentais, registados no estado de Mérida (a 520 quilómetros a sudoeste de Caracas) 22 pessoas foram feridas nos olhos por disparos de objetos metálicos, tiros de borracha e munições modificadas com restos de malaguetas", indicou o Observatório..Em comunicado, o ODH-ULA sublinhou que o padrão foi determinado "durante uma investigação realizada entre 25 de abril e 27 de julho" passado que "deu conta do número de pessoas que foram vítimas de disparos certeiros aos olhos e de um novo padrão de atuação das forças do Estado" venezuelano.."A idade média das 22 pessoas atingidas é de 23 anos e 95,45% são homens e 4,55% são mulheres (...) 54,55% das pessoas foram afetadas no olho esquerdo e 31,82% receberam os tiros no olho direito", explicou..Segundo o ODH-ULA, "o padrão de atuação, de disparos contra os olhos, viola a Constituição da Venezuela e a lei orgânica" da polícia venezuelana.."Disparar objetos metálicos contra os olhos de uma pessoa viola ainda as normas de atuação das Forças Armadas Bolivarianas, em funções de controlo de ordem pública, a paz social e a convivência cidadã, em reuniões públicas e manifestações", acrescentou..No mesmo comunicado, o Observatório indicou terem sido "também violados" pelos elementos da segurança "o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e os princípios básicos sobre o uso da força e de armas de fogo pelos funcionários encarregados de fazer cumprir a lei, estabelecido pela ONU (1990) e os Acordos de Genebra e seus protocolos.