Trump defendeu perante as tropas a polémica decisão de retirar as forças americanas da Síria, alegando que "muitas pessoas" vão começar a pensar como ele. As suas palavras foram ditas aos jornalistas na Base Aérea Al Asad, a oeste de Bagdad, onde o presidente americano e a sua mulher, Melania, passaram três horas com os militares em missão no Iraque..A visita ao Iraque acontece uma semana depois do presidente americano ter surpreendido os seus assessores de segurança nacional e ter anunciado a retirada das forças dos EUA da vizinha Síria, onde combatem o Estado Islâmico. Uma decisão que levou à demissão do secretário de Defesa, Jim Mattis, e causou estrondo em todo o mundo..O presidente dos EUA garantiu que não há planos para retirar as suas tropas do Iraque, acrescentando: "Na verdade, poderíamos usar isto como base se quiséssemos fazer algo na Síria". Trump disse ainda aos jornalistas que não tenciona nomear à pressa um novo secretário para substituir Mattis, o primeiro chefe de defesa em décadas a renunciar por divergências políticas com o presidente..Trump sofreu fortes críticas de colegas republicanos, democratas e aliados internacionais pela sua decisão de sair da Síria. Os críticos alegam que esta retirada pode minar a influência dos EUA na região e minar os esforços diplomáticos para o fim da guerra civil na Síria..A viagem de Donald Trump ao Iraque foi preparada em sigilo. O Air Force One voou durante a noite de Washington e pousou numa base aérea a oeste de Bagdad ainda de madrugada, a coberto da noite. Esta foi a sua primeira visita a tropas americanas em zonas de conturbadas, o que também lhe valeu um rol de críticas, uma vez que é tradição o presidente dos Estados Unidos fazer uma visita na época natalícia aos soldados norte-americanos deslocados em cenários de conflito..O Washington Post escreve que esta deslocação de Trump acontece numa altura em que a política para o Médio Oriente está volátil e ao arrepio do que lhe foi aconselhado pelos seus assessores de segurança nacional. A retirada da Síria, sublinha o mesmo jornal, poderá levar ao risco de um vazio que é propício ao recrudescimento dos extremistas..A instabilidade sente-se no país vizinho, o Iraque, onde o governo iraquiano consegue controlar todas as cidades, as vilas e aldeias, depois de lutas sangrentas contra o Estado Islâmico, em dezembro de 2017. Mas a situação política, militar e económica permanece incerta e o país continua a sofrer ataques esporádicos, sequestros e assassinatos..A decisão de retirar da Síria afeta os dois mil soldados que estão neste momento naquele país devastado pela guerra. O Pentágono está a desenvolver também planos de retirada para os 14 mil militares americanos que estão a servir no Afeganistão..Os antecessores de Trump, George Bush e Barack Obama visitam o Iraque no início dos seus mandatos. Bush em novembro de 2003, cerca de oito meses depois do início do conflito e só em 2006 ao Afeganistão. Obama visitou o Iraque em abril de 2009, o primeiro dos seus oito anos na Casa Branca e o Afeganistão em 2010..Doença para se livrar do Vietname.A vista de Trump ao Iraque aconteceu no mesmo dia em duas irmãs, filhas de um médico podólogo, acusaram o presidente americano de ter usado os serviços do pai para obter um falso diagnóstico de bicos de papagaio nos pés para se livrar da guerra do Vietname..lysa Braunstein e Sharon Kessel, filhas de Larry Braunstein, afirmaram ao New York Times que, em 1968, o seu pai fez, a título de "favor", um falso diagnóstico de osteófitos - vulgo bicos de papagaio - nos pés, que terá permitido ao agora presidente dos Estados Unidos livrar-se do serviço militar..Em troca, segundo as duas filhas do médico, Barry obteve acesso a Fred Trump, pai de Donald Trump e proprietário do prédio de Queens no qual funcionava o seu consultório. "Se houvesse alguma coisa errada no prédio, o meu pai ligava a Trump, que tratava do assunto imediatamente. Este foi o pequeno favor que recebeu", disse Elysa Braunstein ao jornal americano.