Trump confirma interesse em comprar a Gronelândia
Donald Trump confirmou este domingo que está mesmo a considerar a compra da Gronelândia por razões estratégicas. Mas fez questão de dizer que esta ideia não é uma prioridade.
O interesse do presidente dos Estados Unidos pela Gronelândia - um território autónomo da Dinamarca - começou a ser falado na semana passada, após uma notícia publicada pelo Wall Street Journal. A ideia não deixou de ser vista e comentada com alguma ironia, tanto mais que o governo da Gronelândia insistiu que a ilha não está à venda.
"Deve ser uma piada de 01 de abril, completamente fora de tempo", disse na sexta-feira através do Twitter o ex-primeiro-ministro da Dinamarca e atual líder da oposição, Lars Lokke Rasmussen.
Este domingo, a ideia da compra da Gronelândia pelos Estados Unidos já tinha sido confirmada pelo principal conselheiro económico da Casa Branca, Larry Kudlow, horas antes do próprio presidente falar com os jornalistas, quando deixava Nova Jérsia, onde esteve de férias, para regressar a Washington.
Kudlow afirmou à Fox News Sunday que não quer prever o que pode acontecer, mas chamou à Gronelândia - que se situa entre o Atlântico e o Ártico - "um lugar estratégico" com "muitos minerais valiosos".
Trump, por seu turno, procurou justificar este domingo a compra da maior ilha do mundo - sem contar com a Austrália - com a sua área de especialização profissional, dizendo que seria "essencialmente um grande negócio imobiliário".
Donald Trump afirmou ainda que a Dinamarca é "praticamente dona" da Gronelãndia" e acrescentou: "Somos bons aliados da Dinamarca, nós protegemos a Dinamarca como protegemos grande parte do mundo. Estrategicamente é interessante e nós estaremos interessados, mas iremos falar com eles mais um pouco. Não é a primeira prioridade, posso dizer-vos."
Os Estados Unidos já têm há décadas presença militar no noroeste da ilha, operando na Base Aérea de Thule. Uma base que integra a rede militar global de radares e outros sensores de alerta para mísseis balísticos e de vigilância espacial.
Segundo o Wall Street Journal, que deu a notícia na semana passada, Trump levantou pela primeira vez a hipótese de comprar a Gronelândia no ano passado, no decorrer de um jantar, em que disse ter ouvido que a Dinamarca estava a procurar apoio financeiro para o território autónomo.