Salvini recusa mais migrantes: "Levem essa carga humana para onde quiserem"
O ministro do Interior e vice-presidente italiano volta a recusar a entrada em Itália a novo barco com migrantes. A bordo 226 pessoas que precisam urgentemente de um "porto seguro", a quem chamou de "carga humana".
"Esse barco não vai tocar solo italiano. As ONG's que levem toda a carga de seres humanos para Gibraltar, Espanha, França ou para onde eles quiserem", disse num direto nas redes sociais, segundo avança o jornal espanhol La Vanguardia .
As duras palavras eram dirigidas à organização alemã Lifeline, que resgatou nas últimas horas cerca de 400 migrantes nas águas em frente à Líbia. Agora pede ajuda para 226.
O barco de bandeira holandesa foi acusado por Salvini de não cumprir as ordens da Guarda Costeira italiana e da Líbia.
"Vocês fizeram um braço de força ao contrariar as indicações das guardas costeiras italianas e líbias. Agora, carregarão esta carga humana para a Holanda", afirmou o presidente do partido Liga Norte, dirigindo-se à Lifeline. "Estas organizações com funcionários estrangeiros, fundos estrangeiros e a navegar com bandeiras estrangeiras não mais tocarão em solo italiano", acrescentou ainda no direto do facebook.
O ex-apresentador de rádio também acusa as ONG's de serem "traficantes de pessoas", assim como aponta o dedo aos "benfeitores" que considera serem responsáveis por mais de 800 mortes no Mediterrâneo.
A questão do bloqueio dos portos italianos à entrada de refugiados tomou maior proporção desde que na semana passada Salvini decidiu bloquear a entrada do navio da ONG Aquarius em Itália, que tinha mais de 600 migrantes a bordo. O movimento forçou o Aquárius a desviar sua rota, e os migrantes foram enviados para Valência, na Espanha.
Esta ação é o resultado de uma campanha anti-refugiados que o ministro tinha anunciado para começar no início de junho. "Ou nos dão uma mão para controlar as fronteiras e pôr em segurança o nosso país, ou teremos de escolher outras vias", exigia, dirigindo-se à União Europeia, enquanto anunciava o encerramento dos portos italianos aos barcos das organizações não-governamentais que realizam operações de socorro.