Regina Duarte com Bolsonaro, Chico Buarque com Haddad: os apoios dos famosos

Numa campanha marcada pelo #elenão, atores, cantores ou futebolistas foram-se manifestando a conta-gotas nas redes sociais. E Marina parece levar vantagem no segmento artístico
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Na campanha para as presidenciais de 2018 a maioria dos artistas brasileiros vem manifestando com muito mais veemência em quem não vota do que em quem vota. Ao movimento #elenão, em que o "ele" em causa é Jair Bolsonaro, candidato do PSL, aderiram centenas de atores, cantores e outras celebridades. No entanto, também há quem defenda abertamente candidatos, como Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) ou Fernando Haddad (PT), e até o próprio capitão do exército, apoiado, pelo menos aparentemente, pela atriz Regina Duarte e pela advogada Rosângela Moro, mulher do juiz Sergio Moro.

Nas últimas horas, tanto uma como outra, publicaram vídeos críticos ao #elenão. "Domingão paulista com parque, manifestação e chuva forte", escreveu Regina Duarte como legenda a imagens no Parque Ibirapuera, dando a entender, ao usar a palavra "manifestação", que teria participado do ato em favor de Bolsonaro, horas depois. Também afirmara, noutro vídeo, que "as #elenão não dizem quem é o #elesim delas". A atriz é conotada tradicionalmente com o PSDB, cujo candidato é Geraldo Alckmin, e pelas críticas ferozes ao PT e a Lula da Silva.

Já a mulher de Moro publicou imagens das manifestações de 2015 e 2016 pela queda de Dilma Rousseff (PT) com a hashtag #voteconsciente e a frase "não pode ter sido em vão". Mais tarde criou outra hashtag: #elesnão, no plural, no que foi entendido como crítica ao regresso do PT ao poder.

Menos subliminares, jogadores de futebol, como os internacionais brasileiros Felipe Melo (Palmeiras), Jadson (Corinthians) e Lucas Moura (Tottenham), declararam ser eleitores de Bolsonaro. O antigo piloto de Fórmula Um Emerson Fittipaldi visitou o candidato no hospital e os músicos de rock Lobão e de sertanejo Gusttavo Lima partilharam mensagens de apoio. O ator Alexandre Frota será mesmo o ministro da Cultura caso o capitão do exército seja eleito.

Chico Buarque e Martinho da Vila com Haddad

Fernando Haddad, do PT, provável adversário de Bolsonaro na segunda volta, não tem recebido manifestações de apoio tão efusivas mas os músicos Chico Buarque e Martinho da Vila, que visitaram Lula na prisão, e os atores tradicionalmente eleitores do partido José de Abreu, Paulo Betti e Fábio Assunção, estão com ele. A atriz e escritora Maria Ribeiro disse que vota "de coração em Haddad, apesar de Marina, Boulos e Ciro, também serem candidatos bacanas".

Ciro Gomes, em terceiro nas sondagens, é defendido pela atriz e sua mulher Patrícia Pillar, que publicou até um vídeo a divulgar o seu voto e a desmentir o boato espalhado pelos adeptos de Bolsonaro de que havia sido agredida pelo candidato do PDT durante o casamento. Os jovens atores Chay Suede e Luisa Arraes também votam no antigo governador do Ceará, assim como o humorista Gregório Duvivier. Mas o mais famoso apoiante de Ciro talvez seja Caetano Veloso. A sua mulher e produtora Paula Lavigne, porém, diz-se eleitora de Guilherme Boulos, do PSOL, o preferido também do ator Wagner Moura.

Gilberto Gil com Marina

Parceiro musical histórico de Caetano, desta vez Gilberto Gil está noutro campo: apoia Marina Silva (Rede),de quem foi colega no primeiro governo de Lula, Com a ambientalista está um lote significativo de artistas, como o realizador Fernando Meirelles, os atores Marcos Palmeira, Caio Blat, Marco Nanini, Maité Proença, Cássia Kis, Luana Piovani, Eriberto Leão, Bruno Gagliasso e Marcelo Serrado e a cantora Baby do Brasil.

O ator Pedro Cardoso, que já foi eleitor entusiasta do PT, fez-se fotografar com Vera Lúcia, do PSTU, candidata de extrema-esquerda no fundo da tabela das sondagens. Também elogiou João Amoêdo (Novo), nos antípodas políticos de Vera, e a amiga Manuela D"Ávila (PCdoB), vice de Haddad.

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