May e Corbyn acordaram voltar a reunir-se em breve

Primeira-ministra britânica reuniu-se esta quarta-feira com o líder da oposição Jeremy Corbyn. Na mesma tarde, ambos foram duramente criticados no Parlamento Europeu
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A primeira-ministra britânica voltou a admitir, esta quarta-feira, que renegociar o acordo do Brexit e a questão do backstop não vai ser fácil. Isto no mesmo dia em que Theresa May se reuniu com o líder do Labour Jeremy Corbyn. E em que ambos foram criticados no Parlamento Europeu pela falta de entendimento que reina no Reino Unido em relação ao Brexit.

"[May] foi clara em relação ao facto de que este processo não vai ser fácil e que iria haver relutância do lado da UE em reabrir o acordo de retirada. Os factos são muito claros. A UE diz que quer que o Reino Unido saia com um acordo, nós queremos sair com um acordo, o acordo a que chegámos com a UE foi rejeitado pelo Parlamento por uma margem de 230 votos... por isso vamos ter que fazer alterações ao acordo para conseguir o apoio do Parlamento", declarou o porta-voz da primeira-ministra, citado esta tarde pela agência Reuters.

Em relação ao encontro entre May e Corbyn nada se sabe, para já, mas Dan Sabbagh, jornalista do Guardian, refere que a chefe do governo conservador e o líder da oposição conservadora ficaram de voltar a reunir-se dentro de alguns dias. Lewis Goodall, da Sky News, também adianta que May e Corbyn combinaram voltar a reunir-se.

Citando uma conversa com o líder do Labour, na sua conta de Twitter, o jornalista da Sky News escreve que Corbyn lhe disse: "1) que a sua conversa com a primeira-ministra foi "séria" e "comprometida" 2) que ele pensa que a estratégia de renegociação da primeira-ministra é apenas uma forma de dar cobertura ao facto de "o tempo se estar a esgotar" 3) que o backstop, apesar de tudo, também é inaceitável para ele 4) que ele aceitaria voltar a olhar melhor para emenda de [Yvette] Cooper em meados de fevereiro 5) que ele está "muito desapontado" com os rebeldes do Labour que votaram com os Tories, especialmente na emenda Brady".

Na terça-feira, no Parlamento britânico, a emenda de Cooper, deputada trabalhista, pedia uma extensão do prazo do artigo 50.º até ao final de 2019, em caso de a chefe do governo britânico Theresa May não conseguir garantir um acordo até 26 de fevereiro. Na prática, Yvette Cooper queria evitar uma saída da União Europeia sem acordo a 29 de março. Posta a votação, a proposta da deputada trabalhista foi derrotada por 321 votos contra e 298 a favor. A diferença foi de 23 votos. 14 dos votos contra vieram de deputados rebeldes do próprio Labour. A emenda de Brady, deputado conservador, pedia uma renegociação do acordo do Brexit, rejeitando o backstop e defendendo a procura de "soluções alternativas" ao mesmo. Foi aprovada por 317 votos a favor. 301 contra. A diferença foi de oito votos.

Entrevista do pela BBC, Corbyn disse ter sentido que May "ouviu" e que a primeira-ministra levará a nível da UE as preocupações do Labour sobre o backstop. Sobre a conversa de 45 minutos com a chefe do governo britânico, o líder trabalhista referiu ainda: "Tenho um problema com o facto de ser um acordo só num sentido, quero um acordo que seja mútuo". Corbyn aproveitou ainda para sublinhar que o seu cenário favorito é o de "uma união aduaneira abrangente" com a UE.

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