FBI investiga morte de Epstein na cela da prisão
O FBI está a investigar o "aparente suicídio" de Jeffrey Epstein, de 66 anos, que foi encontrado enforcado na manhã deste sábado na sua cela num estabelecimento correcional de Manhattan. O milionário norte-americano estava preso desde o início de julho, acusado de tráfico e abuso sexual de dezenas de jovens, a mais jovem das quais com 14 anos, pelo menos entre 2002 e 2005.
Num comunicado, os serviços prisionais norte-americanos falam num "aparente suicídio", mas um responsável disse ao The Washington Postque era preciso cautela porque a investigação ainda está no início e não há uma conclusão. A porta-voz do gabinete de Medicina Legal de Nova Iorque, Aja Davis, disse que o gabinete também está a investigar a morte.
O tribunal tinha recusado libertar Epstein sob fiança. O milionário já tinha sido investigado em 2006 por tráfico sexual, mas aceitou um polémico acordo com os procuradores da Florida, declarando-se culpado em 2008 de dois crimes de prostituição. Cumpriu 13 meses de prisão. O julgamento, referente a novas acusações em Nova Iorque e Florida, deveria começar apenas entre junho e setembro de 2020 e, caso fosse considerado culpado, poderia ser condenado a 45 anos de prisão.
Segundo os serviços prisionais, Epstein foi encontrado inconsciente cerca das 6.30 deste sábado (11.30 em Lisboa). Os funcionários do estabelecimento correcional tentaram reanimá-lo e o magnata foi transferido para o hospital, onde acabaria por ser declarada a morte.
Epstein já tinha sido encontrado inconsciente na cela há três semanas, com marcas no pescoço. Segundo o The New York Times, não é claro se, depois disso, foi colocado numa cela especial, onde pode ser vigiado 24 horas por dia para evitar um suicídio. De acordo com uma fonte da AP, não autorizada a falar e que por isso pediu o anonimato, Epstein já tinha sido retirado do grupo de detidos que estão sob observação por risco de suicídio.
Segundo a Reuters, o FBI abriu uma investigação para determinar se os procedimentos corretos estavam a ser seguidos para garantir a segurança dos prisioneiros, durante a noite. No estabelecimento correcional de Manhattan, segundo a mesma fonte, dois guardas têm que verificar todos os prisioneiros a cada 30 minutos, contudo o procedimento não terá sido seguido durante a noite. Além disso, a cada 15 minutos, os guardas devem efetuar outra ronda aos prisioneiros que estão sob observação por risco de suicídio.
Na altura da primeira alegada tentativa de suicídio, Epstein dividia a cela com Nicholas Tartaglione, um ex-agente da polícia que é acusado de quatro homicídios. Não foi dito se agora estava sozinho na cela.
O procurador-geral dos EUA, William Barr, disse estar "chocado" com a morte de Esptein. Num comunicado, indicou que a sua morte na prisão "levanta sérias questões que devem ser respondidas". Barr ordenou também uma investigação interna no Departamento de Justiça.
(Notícia atualizada às 18.20)