"Dúvidas e incertezas sobre o processo europeu ensombram a Europa"

Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian discursou na abertura da conferência Luzes e Sombras da União Europeia, nos 30 anos da adesão de Portugal
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Trinta anos após a adesão de Portugal à União Europeia, "as razões para celebrar permanecem, mas as dúvidas e incertezas sobre o processo europeu ensombram a Europa", disse o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian na abertura da conferência Luzes e Sombras da União Europeia, no auditório da fundação, em Lisboa.

Artur Santos Silva lembra que vivemos "tempos muito difíceis caracterizados por fraco crescimento das economias e enfraquecimento da coesão económica e social", com um "aumento significativo do desemprego e quebra no rendimento das famílias e agravamento da desigualdade". Indicando que o programa de ajustamento em Portugal teve "alguns efeitos positivos", o presidente da fundação Gulbenkian refere contudo que "não devemos subestimar", mas também "não podemos abusar" da "resiliência dos portugueses".

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"Serão necessários muitos anos para eliminar as consequências destas múltiplas crises que afetam a Europa", indicou, mencionando o brexit, mas também as "crescentes e perigosas forças políticas emergentes de cariz populista e xenófobo que é urgente contrariar", o aumento das desigualdades ou o "impressionante fluxo de refugiados". Isto sem esquecer "o que acontece também noutras latitudes".

O presidente do Instituto Europeu, Eduardo Paz Ferreira, apresentou o livro que coordenou "União Europeia. Reforma ou Declínio", assim como alguns dados da Eurosondagem sobre o sentimento dos portugueses em relação à União Europeia. Um dos aspetos positivos, referiu, é que 73% dos mil inquiridos concorda com o acolhimento de refugiados e 64,6% acha que a União Europeia vai sobreviver às atuais crises.

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